Temas de "Ethos na CBN" de 27/06/2011
Bancos querem financiar projetos inovadores e sustentáveis de Pequenas e Médias Empresas (PMEs) até mesmo sem juros. Muitos projetos, no entanto, carecem de consistência e de boa análise de mercado, segundo os investidores.
As pequenas e micro empresas são a coluna vertebral de qualquer economia. São elas que geram a maior parte dos empregos e também introduzem inovações depois assimiladas pelo mercado.
No Brasil, os pequenos negócios são de fundamental importância para fomentar o desenvolvimento e contribuir com o avanço do Brasil em 2010. A expectativa do BNDES é que a economia cresça acima de 5% nos próximos cinco anos, que a geração de empregos formais dobre em 2010 e que os investimentos internos cresçam a uma taxa de 9,6% ao ano até 2013.
Os resultados positivos alcançados pelo Brasil nos últimos anos tiveram a participação decisiva das PMEs: em 2010, elas geraram 2,2 milhões de empregos formais, contra 990 mil em 2009.
Em termos gerais, as PMEs respondem por 52% dos empregos formais do país, o que equivale a 13 milhões de trabalhadores. Em 2010, a massa salarial paga por este segmento atingiu 1,38 trilhão de reais.
O aumento do poder aquisitivo das classes C e D tem impulsionado os negócios das PMEs. Ainda de acordo com o BNDES, em 2002, o consumo dessas camadas representava 36% do total. Em 2010, C e D são responsáveis por 59% do consumo, atendido basicamente pelas PMEs.
Hoje, existem no país mais de 12 milhões de estabelecimentos classificados como micro e pequenos. Para continuar a exercer o papel fundamental que possuem, eles precisam superar dois grandes desafios:
- a informalidade
- crédito
Informalidade
Pesquisa divulgada pelo Sebrae, ainda em 2009, revelou que para cada empresa formal no país, existem duas informais. Este dado revela a extensão de um problema que perdura na economia brasileira: a informalidade. Ela vem travando o crescimento, a arrecadação do Estado e a disponibilidade de produtos e serviços para todos os segmentos da população. E na atividade informal que também ocorrem os casos mais agudos de trabalho infantil e análogo à escravidão.
Em 2010, o Sebrae registrou mais de um milhão de novos empreendedores que formalizaram suas atividades por meio do Simples. No entanto, ainda existem mais de dez milhões de PMEs – 98% do total - que precisam sair da informalidade. Esse universo informal é composto por vendedores, manicures, costureiras, pintores, eletricistas, empregados domésticos e todos os tipos de profissionais sem definição específica. Estes profissionais geram um PIB equivalente a de países como a Colômbia e o Egito – 102 bilhões de dólares, de acordo com levantamento da FGV feito em 2006. Mas, ao atuarem na informalidade, travam o seu próprio crescimento e o da economia em geral também.
Crédito
De um modo geral, as PMEs têm mais dificuldade de obter crédito do que empresas maiores. No entanto, isso vem mudando na mesma medida em que o pequeno negócio mostra-se disposto a não só formalizar-se, mas profissionalizar a gestão.
Hoje, bancos oficiais e privados, bem como fundos de investimentos mostram-se dispostos a apoiar pequenos e micros empreendedores, principalmente em projetos que busquem inovação para a sustentabilidade.
Essa é uma boa notícia para a própria economia brasileira, que precisa de muita criatividade para fazer transição a outro modelo de desenvolvimento, mais sustentável e justo.
Inovação, todavia, não tem sido o mote das PMEs. Estudo realizado pelo Sebrae de São Paulo em 2008, mostra que 47% das PMEs paulistas raramente introduzem inovação ou melhoria em seus negócios. O estudo mostra ainda que somente 14% dos empreendimentos realizam inovações freqüentemente, sendo que 52% das empresas que passaram por processos de inovação tiveram crescimento no volume de produção, 46% aumentaram o faturamento, 39% registraram maior produtividade da mão-de-obra e 24% ampliaram quadros de pessoal.
Contudo, o Sebrae avalia que as PMEs não veem a inovação como um instrumento para a competitividade e para avançar em novos mercados. E que este “espírito inovador” precisa ser incentivado e direcionado para a sustentabilidade.
Por isso, até 2013, a entidade reservou 122 milhões de reais para investir em projetos inovadores de micro e pequenas empresas.
O BNDES conseguiu com o BID três bilhões de dólares para investir em pequenos e micronegócios no Brasil.
Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal e bancos privados também têm linhas especiais para PMEs. Nâo já informação de quanto têm disponível para o segmento, mas só o Santander liberou, em março de 2011, 39 milhões de reais, de acordo com notícia do Jornal da Tarde.
O importante é notar que existe no mercado e no âmbito dos governos a vontade de incentivar as PMEs, seja para estruturá-las melhor, seja para que elas sejam o elo mais importante para a inovação visando a sustentabilidade. No entanto, as PMEs precisam atender algumas condições para terem acesso ao crédito:
- Ter os documentos em dia
- Ter a contabilidade do negócio separada da familiar
- Ter um projeto de negócio bem estruturado, com análise de mercado e visão de futuro.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
PMEs, inovação e desenvolvimento sustentável
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