sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O que os brasileiros pensam e sabem sobre sustentabilidade

Foi divulgado ontem, em São Paulo, o resultado da pesquisa “Sustentabilidade Aqui e Agora”, feita pelo Ministério do Meio Ambiente e pela Walmart Brasil, com apoio da Agência Envolverde e da Synovate Research.

A pesquisa nasceu do desejo conjunto da Walmart Brasil e do Ministério do Meio Ambiente de verificar se a campanha para redução do uso de sacolas plásticas tinha sido assimilada pelo consumidor. Afinal, é este consumidor – um cidadão comum – que define ou não a mudança de um hábito, quando não há lei estabelecendo uma obrigatoriedade ou proibição.

Uma pergunta básica serviu de “fio condutor” para o levantamento: O que você faria se acordasse amanhã e não existissem mais sacolas plásticas? A partir dela, foi sendo elaborado um questionário cujas respostas permitiram delinear um retrato sobre hábitos e comportamentos de consumo dos brasileiros. As perguntas foram tanto “diretas” – vc recicla seu lixo? – quanto “indiretas” – “o que é importante para sua felicidade atualmente? - Muitas foram reproduzidas da pesquisa “O que os brasileiros pensam do Meio Ambiente e da Sustentabilidade”, que o Ministério do Meio Ambiente faz desde 1991. Outras foram elaboradas para que as respostas pudessem orientar a regulação / aplicação da Lei Nacional de Resíduos Sólidos e do Plano Nacional de Produção e Consumo Sustentáveis. Tanto a Lei quanto o Plano postulam a responsabilidade compartilhada entre governos, setor produtivo e sociedade no gerenciamento dos resíduos e na mudança de padrões de produção e consumo.

Houve ainda um bloco de perguntas feitas para verificar o comportamento dos brasileiros em relação a uma série de temas da sustentabilidade. As respostas podem ajudar na formulação de políticas públicas ou privadas e também em programas educacionais diversos.

As capitais pesquisadas foram: Belém, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro.

Quanto às sacolas plásticas, 69% afirmaram que carregariam suas compras em sacos ou sacolas de outro material, se as plásticas deixassem de existir.

Com relação às demais perguntas, as respostas confirmam uma tendência já detectada em outras pesquisas (inclusive a realizada pelo Instituto Ethos e pelo Instituto Akatu – “Percepção da RSE pelo Consumidor Brasileiro”): o cidadão comum está mais preocupado em conhecer os temas da sustentabilidade do que propriamente em mudar o comportamento. O brasileiro exibe “preocupação” com a causa ambiental, mas não pensa que seja o principal problema do bairro, da cidade ou do país. Nas grandes cidades principalmente, onde hoje moram 75% da população brasileira, saúde e violência são indicadas como principais problemas urbanos (30% e 24% das respostas), mas nenhuma resposta considerou estes problemas relacionados com a degradação ambiental dos grandes centros urbanos.

No entanto, 9 em cada 10 pesquisados acreditam que “da forma como usamos a água, dentro de pouco tempo não teremos água para beber”. 25% dos entrevistados guarda lixo eletrônico em casa por não saber como descartá-lo. Apenas 1 em 5 acredita que “a preocupação com o meio ambiente no Brasil é exagerada”.

Dois dados importantes emergiram: 59% das pessoas que participaram da pesquisa acreditam que a preservação dos recursos naturais deve estar acima das questões relacionadas à economia. E também 59% não acreditam que os problemas ambientais podem ser solucionados com pequenas mudanças de hábitos. Para estes, só grandes transformações nos hábitos de consumo, transporte e alimentação podem realmente ajudar a manter o equilíbrio futuro. Mais: 85% dizem que “qualquer mudança do ser humano na natureza provavelmente vai piorar as coisas”.

63% dos respondentes elegeram a escola como a organização mais importante na educação ambiental; em seguida, com 58%, vem a comunidade, e com 43%, as igrejas. Partidos / governos e empresas vêm no fim da fila, com 36% e 27 %, respectivamente.

A pesquisa também mostrou hábitos em transformação: 45% evitaram jogar produtos tóxicos ou que agridam o meio ambiente no lixo comum; 41% consertaram algum produto quebrado para prolongar a vida útil; e 31% deixaram de comprar algum produto por informações contidas no rótulo.

De modo geral, as respostas às “perguntas indiretas” mostram o Brasil como uma sociedade com valores e esperança na humanidade. Tempo para ficar com a família e os amigos e fé na capacidade humana de superar obstáculos estão entre os principais valores para 44% dos respondentes. 25% das pessoas também gostariam de ter mais tempo e condições materiais para aprofundar os estudos e melhorar o desempenho profissional.

As respostas trazem um mundo de oportunidades para as empresas, principalmente as mais engajadas no movimento da responsabilidade social, fazerem avançar a agenda do desenvolvimento sustentável.

No âmbito empresarial, um dos fatores limitantes a este avanço tem sido justamente a falta de mecanismos de mercado que premiem ou punam os produtos e os comportamentos das empresas. Com isso, o consumidor não consegue diferenciar uma empresa responsável de outra que não está preocupada com os impactos da sua atividade, e não eleva o padrão de exigência. Esta falta de referências prejudica também as empresas que querem evoluir na gestão sustentável, uma vez que o comportamento mais responsável não é percebido como “valor” pelo mercado e pelos consumidores.

Esta consciência superficial do consumidor, trazida à tona por esta pesquisa Walmart-MMA demonstra algo que o Ethos já vem alertando a sociedade: o risco de mudar, não mudando nada.

Por isso, é urgente que as empresas mais engajadas na RSE criem referências para o mercado e a sociedade diferenciá-las e elevar o nível de exigência em relação às demais.

Como fazer isso?

As empresas precisam usar sua força para articular os diversos setores sociais em torno de uma agenda compromissos pelo desenvolvimento sustentável que: - promova cultura apoiada em valores humanistas, na democracia, no bem-estar e na qualidade vida.

- divulgue e dissemine a incorporação destes valores pela cidadania e pelo mercado.
- articule os vários segmentos sociais para a aprovação de políticas públicas que visem o desenvolvimento sustentável
- amplie os espaços de diálogo e negociação entre empresas, governos e sociedade civil

Já existe a percepção de que a sustentabilidade não é incompatível com o crescimento econômico. É preciso, no entanto, demonstrar que sem sustentabilidade não há crescimento econômico duradouro, nem no mercado, nem na sociedade. As empresas podem jogar um papel decisivo neste processo, ao assumirem a liderança e o protagonismo dele.

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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fórum discute em Belém os riscos e oportunidades para a amazônia se desenvolver na próxima década

Evento organizado pelo Fórum Amazônia Sustentável abordará matriz energética, Código Florestal e perspectivas econômicas e socioambientais para a região.

Os grandes investimentos previstos para os setores de geração de energia elétrica, biocombustíveis e mineração na Amazônia deverão caracterizar a economia da região nos próximos dez anos. Mas os impactos sociais e ambientais dos investimentos previstos ainda não foram devidamente dimensionados. Nem tampouco as oportunidades que a economia poderá trazer para a sociedade no rastro do seu desenvolvimento. Para chegar a uma avaliação ampliada dessa discussão, o Fórum Amazônia Sustentável reunirá empresários, governantes eleitos, líderes comunitários e ONGs nos dias 25 e 26 de novembro, no Centro de Convenções Hangar, em Belém, durante o seu IV Encontro Anual.

“Se tomarmos com referência o estado do Pará, a previsão é de que cerca de 80% dos investimentos no setor econômico sejam direcionados para geração de eletricidade e extração mineral”, afirma o pesquisador Adalberto Veríssimo (Imazon), membro da Comissão Executiva do Fórum Amazônia Sustentável. Conforme estimativas a serem divulgadas pelo Imazon, a Amazônia deverá responder por cerca de 20% de toda a energia produzida pelo Brasil até 2020. A previsão do Plano Decenal de Energia é que o país terá 71 novas usinas até 2017, com potencial de geração de 29.000 MW, sendo 15 na bacia do Amazonas.

De acordo com Veríssimo, o momento requer um olhar mais amplo que inclua os riscos e as oportunidades para a economia amazônica a partir dos investimentos previstos para a região, sejam eles públicos ou privados. Para ampliar o debate sobre as perspectivas econômicas para a Amazônia, o Fórum promoverá no evento de Belém uma discussão sobre fontes energéticas tradicionais e alternativas.

Para Adriana Ramos (ISA), o Brasil vive um momento crítico para o futuro da Amazônia. “Por um lado reconhecemos sua relevância e assumimos compromissos com sua sustentabilidade. Por outro, continuamos a tratá-la como fonte primária de recursos naturais, de modo nem sempre adequado a essa perspectiva de sustentabilidade. É o caso dos investimentos em mineração e hidrelétricas, cujo planejamento não tem levado em consideração o papel da Amazônia no contexto da sustentabilidade socioambiental”, diz ela, lembrando que um dos papéis do Fórum Amazônia Sustentável é justamente reunir sociedade, governo e iniciativa privada em torno desse debate.

Representado no Fórum por algumas das maiores companhias da Amazônia, o setor empresarial de vanguarda já atua com base no pensamento que integra economia, sociedade e meio ambiente.

“Os impactos ambientais de um empreendimento são algo que já deve fazer parte do planejamento das empresas. Agora, a questão social precisa ser reconhecida em sua complexidade para que os negócios possam trazer ganhos também para as comunidades”, define Túlio Dias, membro do Fórum e gerente de responsabilidade socioambiental da Agropalma – empresa que atua no setor de biocombustíveis. “Em nossas atividades diárias, nos envolvemos com questões de saúde, saneamento e educação sem tirar das populações locais a chance de conquistar por si próprias sua cidadania”, diz ele.

Novo cenário político nacional

No evento de Belém, o Fórum debaterá as políticas públicas para a Amazônia a partir do cenário político estabelecido pelas eleições deste ano. Por isso, um dos painéis do IV Encontro reunirá representantes do governo, um senador e um governador eleitos em 2010, Jorge Viana (PT/AC) e Simão Jatene (PSDB/PA), respectivamente. O Fórum aproveitará a reunião para iniciar a uma série de diálogos públicos com o objetivo de envolver diferentes setores econômicos e sociais e traçar caminhos para o desenvolvimento sustentável na região.

“Somente com um debate aberto e franco e que envolva todos os segmentos da sociedade é que conseguiremos avançar para um futuro sustentável na Amazônia”, avalia Rubens Gomes, coordenador do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA).

Segundo ele, as lideranças políticas, sociais, científicas e ambientais que atuam na região precisam se aproximar cada vez. “O Fórum é um dos espaços mais democráticos de que dispomos hoje”, afirma.

Durante IV Encontro do Fórum Amazônia Sustentável serão discutidos ainda temas como Código Florestal e Cadeias Produtivas Sustentáveis. A nova direção do Fórum para o biênio 2011-2012 será escolhida durante o evento.

Para conhecer a programação completa do evento acesse
(Envolverde/Fórum Amazônia Sustentável)

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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

A Responsabilidade Social Empresarial tem futuro?

A pergunta é pertinente.

Aumenta o debate sobre as políticas de sustentabilidade nas empresas e no mercado. Em tese, elas deveriam contribuir para resolver as crises financeira e climática. Mas não é o que se vê. Muitas empresas que hoje trabalham a sustentabilidade apresentam sua gestão numa “escadinha evolutiva”: primeiro, foi a fase do investimento social privado em ações e projetos comunitários, culturais, etc. Depois, foi a fase da gestão responsável e agora, da sustentabilidade. Isto significa que a RSE ficou para trás, que é coisa do passado?

Avaliemos.

Ganhou terreno nos anos 1990 a idéia de que faz parte do papel das empresas tratar dos problemas sociais. Este conceito foi aceito e assimilado, fazendo com que as empresas saíssem de uma postura defensiva e assumissem a iniciativa nos temas sociais. Elas iniciaram um processo de diálogo com as partes interessadas no negócio que permitiu minimizar os impactos negativos da atividade e potencializar os ganhos para vários setores da sociedade.

No entanto, este diálogo ainda teve dificuldade de ser incorporado no coração do negócio e na sociedade. Isso só veio a acontecer com a emergência das questões do aquecimento global. Mas, as mudanças de processos em andamento abarcam apenas os problemas ambientais, deixando de lado a distribuição de riquezas. As empresas não conseguem avançar no modelo de gestão, no planejamento e na adoção de práticas transformadoras do mercado e da sociedade.

É preciso ressaltar os progressos havidos em relação a alguns temas, como combate ao trabalho escravo, ao trabalho infantil e à corrupção. No entanto, o cerne da responsabilidade social empresarial ainda não está nem perto de acontecer: o forte viés de “produzir resultados para todos”. Por meio de uma gestão baseada no diálogo com as partes interessadas, a empresa socialmente responsável consegue promover um processo que distribua as riquezas produzidas para toda a sociedade.

A consciência das mudanças climáticas trouxe avanços ao movimento. O avanço é o fato de o aquecimento global ser entendido como uma oportunidade de negócio única. Haverá a necessidade de se repor tudo o que existe: produtos, serviços, processos, para fazer emergir a economia de baixo carbono. O perigo do retrocesso reside, justamente, nesta oportunidade, uma vez que a mudança pode ser feita com os mesmo princípios e valores da “economia velha” que precisa ser substituída, a mudança – a distribuição das riquezas - pode não ocorrer. As empresas ganham a “boa vontade” dos consumidores e da sociedade, mas nada muda na prática. Estaremos, assim, “fazendo mais do mesmo”.

O desafio é superar este impasse, associando a responsabilidade social ao protagonismo das empresas na transformação que está vindo. Mas qual protagonismo? Na verdade, podemos dizer que são “protagonismos”: de criar e praticar novos padrões de produzir e se relacionar com o mercado, o de desenvolver a cadeia de valor, o de influenciar políticas públicas e o de provocar o Estado a também mudar suas práticas, estabelecendo incentivos e critérios de compras que privilegiem a economia verde.

O mundo futuro está sendo desenhado a partir das crises atuais e seus padrões ainda estão sendo definidos. Vai defini-los quem tiver protagonismo e liderança.

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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Planeta passa longe de meta do clima

Mesmo que todos os países cortem muito suas emissões de CO2, a Terra ainda aquecerá mais que 2ºC, diz ONU
Para cumprir o que foi prometido na última cúpula do clima, seria preciso desligar todos os transportes do globo

Se tudo der certo e todos os países fizerem o máximo para conter emissões de carbono nos próximos anos, o mundo ainda estará longe de cumprir a meta de limitar o aquecimento global a 2ºC. O quão longe acaba de ser calculado por um grupo internacional de cientistas: 5 bilhões de toneladas de gás carbônico estarão "sobrando" na atmosfera em 2020.
Ou seja, para cumprir o que se comprometeram a fazer na conferência do clima de Copenhague e evitar um possível aquecimento descontrolado da Terra, os países não apenas teriam de endurecer suas metas de corte de emissão como ainda precisariam desligar todo o sistema de transporte do globo.
O recado foi dado hoje pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), num relatório intitulado "The Emissions Gap" ("A Lacuna das Emissões").
O documento será entregue em Helsinque à chefe da Convenção do Clima da ONU, Cristiana Figueres.
Seus autores passaram seis meses avaliando 223 cenários de emissões de CO2 construídos a partir das metas voluntárias de corte de carbono propostas por vários países no Acordo de Copenhague, o pífio documento que resultou da conferência.
O resumo da ópera é que, se a humanidade quiser ter 66% de chance de manter o aquecimento global abaixo de 2ºC no fim deste século, o nível global de emissões em 2020 terá de ser de 44 bilhões de toneladas de CO2 equivalente- ou seja, a soma de todos os gases-estufa "convertidos" no potencial de aquecimento do CO2.
Se nada for feito, as emissões podem chegar a 56 bilhões de toneladas em 2020. "Isso elimina a chance dos 2ºC, e pode nos colocar no caminho de 5ºC de aquecimento em 2100", disse à Folha Suzana Kahn Ribeiro, pesquisadora da Coppe-UFRJ, uma das autoras do relatório.
SEM SOLUÇÃO
A implementação estrita do acordo também não resolve: as emissões globais cairiam para 52 bilhões de toneladas, ainda uma China de distância da meta de 2ºC.
Por "implementação estrita" os pesquisadores querem dizer duas coisas. Primeiro, as nações estão contando duas vezes emissões cortadas na área florestal. Se um país pobre planta florestas para vender créditos de carbono a um país rico, a dedução deveria estar apenas na conta do país rico. Mas costuma estar na de ambos.
"Na própria lei brasileira do clima está escrito que as reduções de emissão podem ser obtidas por MDL [venda de créditos de carbono para nações ricas]", diz Ribeiro.
Outro ponto espinhoso é a venda de créditos em excesso por países como a Rússia, cujas emissões já são menores que as metas de Kyoto. O país ficou com créditos sobrando.

Fonte: Folha de São Paulo/Nossa São Paulo

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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Fórum Clima discute papel das empresas nas mudanças climáticas

Foi realizado hoje de manhã, em São Paulo, o seminário sobre o papel das empresas nas mudanças do clima, uma iniciativa do Fórum Clima, Ação Empresarial sobre mudanças do clima.

Este Fórum nasceu de um grupo de empresas que, no ano passado, lançaram a Carta Aberta ao Brasil sobre mudanças do clima, na qual adotaram voluntariamente o compromisso de realizar inventário de emissões e adotar ações para reduzi-las. Também enviaram pedido para que o governo brasileiro também assumisse o compromisso de reduzir o carbono do país, sem esperar que outros países fizessem o mesmo. Hoje, empresas e governo fizeram um balanço de um ano de atividades.

Branca Bastos Americano, secretária Nacional de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente, ressaltou a importância do lançamento da carta. Para ela, foi o “empurrãozinho” que faltava para o governo federal anunciar em Copenhague, durante a COP 15, a meta de cortar até 38% das emissões do país até 2020 e de sancionar, no final do ano, a Política Nacional de Mudanças do Clima.

Hoje, a secretária anunciou a disposição de o governo lançar um “Selo Brasil Verde” que ratifica para o mundo o fato de o Brasil ser um país com matriz energética limpa e de estar realizando esforços para construir um novo modelo de desenvolvimento. Convidou os empresários e a sociedade para discutir e aprofundar a discussão sobre a proposta. As empresas, por sua vez, apresentaram seus avanços no que tange à realização do inventário de emissões e à elaboração de estratégias de negócio pensadas para uma economia de baixo carbono.

Mas, as discussões foram mais prolongadas num tema que está na raiz da nova economia: quanto deve o Estado participar e qual deve ser o papel da iniciativa privada.

O papel do Estado é fundamental para que esta nova economia ganhe musculatura. Como deve o Estado participar: por meio de marcos regulatórios, incentivos fiscais, indução por meio das licitações e compras públicas e também com políticas públicas.
O setor privado também terá de investir para ocupar os espaços desta nova economia, mas os executivos presentes ressaltaram que as empresas também terão outro papel: junto com a sociedade, de propor e influenciar políticas públicas voltadas à economia verde. E, em iniciativas próprias, como o Fórum Clima, também colaborar com a regulação do mercado e com ações que contribuam para uma economia e sociedade mais sustentáveis.

Os empresários presentes ressaltaram também a importância de se regulamentar as políticas ambientais que já existem, tanto em nível federal quanto estaduais, solicitando esforços institucionais para harmonizar as regras. Explicando: a lei federal se compromete com redução de até 38% das emissões projetadas até 2020. As leis estaduais assumem redução sobre emissões passadas, no caso, 2005. É preciso harmonizar o conceito sobre o qual se construirá a proposta definitiva de redução de carbono. As mudanças do clima têm uma característica: elas não se limitam a fronteiras. Por isso, mais do que nunca, os esforços precisam ser conjuntos e combinados.

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