terça-feira, 20 de setembro de 2011

MMA abre consulta pública para Rio+20

A Consulta Pública consiste em um questionário de 11 perguntas.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) abriu Consulta Pública para ouvir os interessados em apresentar sugestões às propostas que serão encaminhadas pelo Governo brasileiro à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20. A iniciativa visa garantir um processo inclusivo e transparente na elaboração da submissão nacional que o País encaminhará ao Secretariado da ONU até o dia 1º de novembro próximo.

A Consulta Pública consiste em um questionário de 11 perguntas. Cada pergunta deverá ser respondida em caráter individual ou em nome de qualquer organização, em no máximo 20 linhas, em fonte Times New Roman tamanho 12. Os questionários respondidos deverão ser encaminhados, até o dia 25 de setembro de 2011, em formato .doc, ao endereço eletrônico rio2012@mma.gov.br.

Posteriormente, o MMA divulgará o documento apresentado pelo Governo brasileiro ao Secretariado da ONU, bem como a síntese das contribuições recebidas por meio da Consulta Pública.

O texto-base da Consulta Pública e o questionário estão disponíveis aqui.

A Rio+20 ocorre em junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro, e marca os vinte anos da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio 92.

* Publicado originalmente no site CEA – EcoAgência.

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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Relatório do Banco Mundial confirma: progresso para as mulheres é progresso para o mundo

O Relatório de Desenvolvimento Mundial 2012: Igualdade de Gênero e Desenvolvimento, divulgado pelo Banco Mundial (Bird) na semana passada, destaca avanços e gargalos da condição feminina no mundo.

Entre suas conclusões, duas chamam a atenção:

- aumentou a participação das mulheres em governos, no mundo todo. Entre 1998, havia 13 países com mulheres ocupando cargos ministeriais. Em 2008, esse número saltou para 63.

- ainda há distância entre a média de salários pagos para homens e mulheres.

As mulheres também têm mais probabilidade de ter um trabalho não remunerado do que os homens, além de maior chance de, na agricultura, trabalhar em terrenos menores e em cultivos menos lucrativos e, na indústria, de dirigir empresas menores e em setores com menos remuneração.

A conclusão do Relatório do Banco Mundial, todavia, afirma com todas as letras os países poderiam progredir muitos mais com maior igualdade entre os sexos. A produtividade poderia crescer 25%.

O exemplo da Walmart

As empresas têm um grande e importante papel a cumprir para mudar este cenário. Afinal, são elas que geram tanto os empregos quanto as oportunidades de negócio, via cadeia produtiva. E, tendo vontade política, é possível encontrar soluções criativas. Como esse exemplo do Walmart.

Por lidar com um público eminentemente feminino em todos os lugares onde possui lojas, a Walmart mundial está lançando um plano global de empoderamento econômico das mulheres que pode dar uma contribuição decisiva para a mudança no cenário.

A meta é comprar 20 bilhões de dólares de fornecedoras (mulheres) nos EUA até o final de 2016. Há cinco metas a atingir no mesmo prazo, nos EUA e no mundo:

1 – Dobrar o abastecimento de fornecedoras mulheres no mundo;

2 - Empoderar 60 mil mulheres que trabalham das fábricas fornecedoras do Walmart, através de treinamentos, acesso ao mercado e oportunidade de carreira. A iniciativa também irá ajudar as mulheres que trabalham na agricultura a participar mais plenamente da cadeia de abastecimento

3.Dar formação profissional e educação de varejo a 200 mil mulheres no mundo e a 200 mil de famílias de baixa renda nos EUA.

4. Aumentar a diversidade de gênero entre os principais fornecedores. A empresa vai trabalhar com os grandes fornecedores de mercadorias e de serviços com mais de US $ 1 bilhão em vendas para estimular o aumento de mulheres e das minorias.

5. Fazer filantropia significativa para dar capacitação econômica às mulheres. O Walmart vai apoiar esses programas com mais de US $ 100 milhões em doações.

Convidamos as empresas a também estipularem metas para o empoderamento feminino. Afinal a situação ainda é grave e programas como esse do Walmart ajudam a reverter a situação.

Mais dados


O documento do Banco Mundial destaca que, em 45 países, nas escolas de ensino médio, as meninas já ultrapassam os meninos e há mais jovens do sexo feminino do que do sexo masculino nas universidades de 60 países, um deles o Brasil. Mesmo assim, ainda há dificuldades de as mulheres ascenderem nas empresas.

As conclusões do relatório do Banco Mundial confirmam as pesquisas de entidades brasileiras como o IBGE e o Ipea. Desde pelo menos o ano 2000, as pesquisas indicam que a escolaridade feminina progride mais que a masculina, que a participação das mulheres no mercado de trabalho hoje é praticamente igual à dos homens e que, todavia, as médias salariais continuam diferentes.

O relatório citado também corrobora, em níveis mundiais, os resultados do Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas Brasileiras, uma pesquisa feita pelo Ethos e pelo Instituto Ibope sobre composição dos quadros funcionais, gerenciais e executivos das 500 maiores empresas brasileiras.

Em 2010, as mulheres ocupavam 13, 7% dos cargos executivos; 22,1% dos cargos de gerência; 26,8% da supervisão; e 33,1% do quadro funcional.

A desigualdade, portanto, é grande, e há um afunilamento hierárquico constatado nos perfis anteriores.

Se levarmos em conta a participação feminina na sociedade brasileira, constatamos que mais do que desigualdade, há subrepresentação das mulheres em todos os cargos das maiores empresas: de acordo com o IBGE, 51,3% do total da população, 43,9% da população economicamente ativa (PEA) e 42,6% da ocupada.

A importância do empoderamento feminino


Para enfrentar essa desigualdade, que o Banco Mundial constatou existir em todos os países, a ONU Mulheres propõe alguns princípios de empoderamento, sob o lema de “Igualdade significa negócios”.

São sete princípios que governos, empresas, escolas e sociedade civil precisam conhecer e aplicar:

Estabelecer liderança corporativa sensível à igualdade de gênero, no mais alto nível.

Tratar todas as mulheres e homens de forma justa no trabalho, respeitando e apoiando os direitos humanos e a não-discriminação.

Garantir a saúde, segurança e bem-estar de todas as mulheres e homens que trabalham na empresa.

Promover educação, capacitação e desenvolvimento profissional para as mulheres.

Apoiar empreendedorismo de mulheres e promover políticas de empoderamento das mulheres através das cadeias de suprimentos e marketing.

Promover a igualdade de gênero através de iniciativas voltadas à comunidade e ao ativismo social.

Medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção da igualdade de gênero.

Se as empresas decidirem aplicar esses princípios aos seus planejamentos estratégicos, estarão contribuindo para a valorização da mulher. Como o Walmart mostrou com sua nova orientação mundial, a mudança depende mais de vontade política do que de orçamentos grandiosos.

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