quinta-feira, 3 de março de 2011

Lições dos 20 anos de comércio de carbono florestal

Mais de 20,8 milhões de toneladas de gases do efeito estufa deixaram de ser emitidas graças a programas de créditos florestais desde 1990, porém esse tipo de mecanismo ainda apresenta grandes problemas como a falta de regulamentação

Muitas pessoas associam as negociações de créditos de carbono florestais apenas ao mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD), que ficou mais em evidência depois da Conferência do Clima de Copenhague em 2009, mas desde o começo da década de 1990 já existem programas de mitigação de emissões de gases do efeito estufa baseados na preservação florestal.

Para avaliar os avanços nestes 20 anos, o relatório "Investing in Forest Carbon: Lessons from the First 20 Years” ouviu mais de 50 participantes do mercado, entre investidores, desenvolvedores de projetos, negociadores e legisladores. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (3) e foi realizada por um grupo de especialistas das organizações: Katoomba Group, Ecosystem Marketplace e Forest Trends, com o apoio do Bio-Logical Capital.

O relatório identifica uma série de lições que servem para todos os desenvolvedores e explica as grandes dificuldades e oportunidades que os créditos florestais apresentam atualmente.

“Os projetos nunca são iguais, mas ao entrevistar mais de 50 participantes dos mercados ficou claro que alguns conselhos são universais, assim como os principais problemas”, explicou Katherine Hamilton, diretora do Ecosystem Marketplace.

Lições

Faça o melhor para jogar pelas regras, mesmo que as regras não sejam claras:
O comércio de créditos florestais é um mecanismo que ainda está em formação, portanto o principal desafio apontado pelos entrevistados é a falta de uma regulamentação apropriada. Estabilidade, transparência, comprovação científica, garantias legais, tudo isso é fundamental para os investidores e ainda precisa ser trabalhado pelas autoridades.

Além disso, é preciso melhorar as metodologias, para que cada empreendedor consiga seguir passo a passo o que é necessário para desenvolver um projeto. Isso evita prejuízos e ajuda a expansão do mecanismo.

Acostume-se com a complexidade
Projetos de carbono florestal podem ser relativamente simples ou extremamente complicados. Eles podem se resumir a apenas o plantio de árvores em uma única área ou requerer o envolvimento de diversos proprietários e jurisdições.

Lidar com todas as partes envolvidas - comunidades, fazendeiros, autoridades locais e nacionais - pode se revelar um grande problema. Reconhecer essa dificuldade e estar preparado com o conhecimento, inclusive jurídico, de como realizar as ações do projeto é fundamental.

Planeje corretamente e conte com especialistas
Devido às diversidades de cada sistema biológico, o desenvolvimento de projetos precisa ser acompanhado por pessoas com a formação técnica necessária para garantir o sucesso das atividades. É preciso também desde o início realizar estudos que analisem as especificidades da região e que garantam a viabilidade da iniciativa.

Cumprir esses pré-requisitos custa dinheiro, mas evita que o projeto venha a fracassar e cause um prejuízo muito maior do que os custos em preparação.

Seja conservador em todas as estimativas – de carbono, benefícios, tempo e custo
A sobrevivência de um projeto de carbono florestal depende de expectativas realistas de todos os participantes; proprietários de terras, governos, investidores e compradores. Muitos aspectos dos empreendimentos são caros e demandam tempo para gerar os resultados esperados.

O ciclo total de um projeto – do design até a geração de créditos – leva normalmente de três a cinco anos, podendo ser ainda mais longo se algum dos passos for feito de forma equivocada.

A comunicação entre os envolvidos é fundamental para que ninguém desista no meio do caminho, por isso é preciso que todos saibam o que realmente esperar do projeto.

Futuro

O relatório afirma que o mercado de carbono florestal continuará sendo um dos principais componentes do comércio internacional de créditos e que os investimentos em projetos do setor serão essenciais para reduzir as emissões.

“Se os governos não apoiarem o desenvolvimento desse mecanismo, estarão ignorando uma importante fonte de emissões e a estratégia contra as mudanças climáticas estará fundamentalmente errada”, explicou Sissel Waage, uma das autoras do relatório.

Apesar disso, os entrevistados não enxergam uma expansão significante no número dos projetos nos próximos anos a menos que haja alguma grande decisão na próxima Conferência do Clima (COP 17) no final do ano para apoiá-los.

Fonte: Instituto Carbono Brasil

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quarta-feira, 2 de março de 2011

Quanto custa a transição para uma economia inclusiva, verde e responsável?

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) lançou, na semana passada, o relatório sobre economia verde, no qual aponta quanto custa fazer a transição da economia atual para a economia verde: 2% do PIB mundial, ou 1,3 trilhão de dólares, por ano. Esta quantia, segundo o Pnuma, é gasta, hoje, para pagar subsídios a petróleo, agricultura e pesca, atividades praticadas de maneira ainda insustentável, mas cujo retorno é possível “medir”, por preço.

A economia verde precisa de um “empurrão definitivo”, de modo a estimular que este investimento, em vez de ir para atividades tradicionais, seja direcionado para esta economia que nasce. É preciso, então, haver reformas políticas nacionais e internacionais, marcos regulatórios, acordos e tratados que mexem tanto na maneira de cada país lidar com sua própria economia quanto nas relações de comércio e trocas internacionais.

Na direção desta iniciativa, algumas empresas líderes e o Instituto Ethos apresentaram, no último dia 24 de fevereiro, a Plataforma por uma economia inclusiva, verde e responsável. Ela já foi comentada aqui em seus aspectos gerais. Vamos, hoje, analisá-la do ponto de vista do quanto ela pode agregar para influenciar esta mudança preconizada pelo Pnuma.

O objetivo desta plataforma é promover uma mudança no mercado e, por meio dela, ir mobilizando a sociedade e os governos para o estabelecimento de marcos legais que garantam a transição para esta nova economia, não apenas verde, mas: inclusiva, verde e responsável.

O importante a ressaltar é que esta transição precisa ser feita com progresso econômico para garantir a inclusão. A ressalva tem procedência porque, para muitos especialistas e militantes da sustentabilidade, o mundo deveria parar de crescer. Só assim seria possível diminuir a pressão do consumo sobre os recursos naturais do planeta.

O Pnuma enfatiza, no relatório, que a aplicação dos recursos nos setores adequados garantirá a transição com crescimento, redução da pobreza e preservação do meio ambiente.

Os setores apontados pelo Pnuma como estratégicos e capazes de gerar crescimento durante a transição para a nova economia são:

- agricultura;
– construção;
– pesca;
– silvicultura, referente à recuperação florestal;
– indústria;
– turismo;
– transportes;
– gestão de resíduos e
– água, com foco nas questões de saneamento.

De acordo com simulações feitas pelos pesquisadores do relatório do Pnuma, um cenário de investimento verde atingiria taxas anuais de crescimento maiores que o cenário habitual de negócios, entre cinco e dez anos.

O Pnuma ainda alerta que as medidas devem ser adotadas tanto por países desenvolvidos quanto por nações que ainda estão em desenvolvimento; e o pontapé inicial deve ser dado pelos governos, que, ao apresentar bons resultados em suas políticas públicas, incentivará o setor privado a seguir o mesmo caminho, rumo à transição para esta nova economia. No Brasil, no entanto, temos tido experiência inversa, com as empresas influenciando o governo na criação de políticas públicas, como no caso das mudanças climáticas e da biodiversidade.

Mas como os governos darão este pontapé inicial? Sob quais bases eles podem incentivar o setor privado a mudar o rumo dos negócios? As respostas a estas perguntas são fundamentais para o sucesso da iniciativa. E dependem de uma questão até agora não discutida profundamente nem pelas empresas, nem pela sociedade e nem pelos governos: a precificação dos chamados “ativos naturais”. Quanto valem os estoques de peixes dos oceanos? E as florestas nativas ainda em pé no mundo? Recuperar uma área degradada no Brasil vale mais ou menos do que outra na África ou na América do Norte? Um jequitibá de 200 anos dá mais lucro em pé na floresta ou derrubado e transformado em toras de madeira?

E ainda: como tratamos os padrões de consumo e estilo de vida? Qual padrão alimentar devemos adotar? Tem sentido utilizar um carro que gasta 90% de energia para se por em movimento e levar uma só pessoa?

Sem estas respostas, não se criarão referências que possibilitem não só os empreendedores, mas os cidadãos comuns visualizar concretamente as perspectivas do mundo novo que precisamos inventar.

Lançada a visão de futuro contida na plataforma por uma economia inclusiva, verde e responsável, a partir de agora pretendemos, aqui no Brasil, em diálogo com empresas, governos e sociedade civil, definir ações concretas para o avanço desta agenda.

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terça-feira, 1 de março de 2011

Latas de aço retomam seus tempos de glória?

Aquelas latas de leite condensado, leite em pó, molho de tomate, de óleo ou de tinta que normalmente separamos junto com outros materiais recicláveis (considerando um edifício ou bairro que faz a separação do lixo) vão contar, a partir de junho deste ano, com um sistema próprio de logística reversa. E essa mudança pode mudar – para bem melhor – o valor do embalagens de aço no país.

De olho na Política Nacional de Resíduos Sólidos, a ser definida pelo governo federal até junho deste ano, o sindicato das indústrias de estamparias de metais (Siniem) e a associação da cadeia produtiva do aço (Abeaço) anunciaram a construção de um centro de 10 mil metros quadrados voltado à reciclagem das embalagens de metais. Fabricantes de latas e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) serão os parceiros iniciais do projeto, localizado na região metropolitana de São Paulo.

A iniciativa será o pontapé inicial, no Brasil, para a organização de uma cadeia exclusiva de reciclagem de embalagens de metais – especialmente o aço. Cerca de 1,5% de todo o aço produzido no país é destinado a este fim. No entanto, ao menos 31% do aço é utilizado na construção civil, ou seja, não precisa ser reciclado.

Hoje, o retorno das embalagens metálicas às siderúrgicas ocorre de forma desordenada. Pode ser coletado por catadores e cooperativas, separado nos prédios residenciais e comerciais. Mas os preços pagos pelo material são muito baixos em função dos intermediários entre quem coleta e quem compra a sucata de aço.

Nesse esquema, 47% das embalagens de aço do país já são recicladas. Mas o foco, agora, é elevar o valor do material e remunerar melhor quem se dedica a separá-lo. Com o centro de recebimento concluído em junho, varejistas, indústria envasadora, consumidor final, cooperativas e catadores poderão negociar o aço diretamente no local. Todos receberão o mesmo valor pelo quilo da sucata: em torno de 25 centavos. Hoje, cooperativas de catadores não obtêm mais de 8 centavos pelo quilo do metal.

Os consumidores contarão com sacolas específicas para a coleta de metais, com capacidade para cerca de 60 latas. No início do projeto, elas devem ser distribuídas gratuitamente no varejo. Com todas estas medidas, a expectativa é elevar a reciclagem das embalagens de aço para 70% do total em cinco anos. No caso das latas de alumínio, o Brasil é recordista mundial em reciclagem, com um índice de 98% de reaproveitamento.

Sacola que será utilizada para separação de metais. (Foto: Divulgação)


Além do centro em construção, outros três devem ser concluídos nos arredores da capital paulista ainda até o final deste ano. O primeiro terá capacidade para receber embalagens de 2,5 milhões de consumidores. Com os quatro centros em operação, toda a sucata de aço separada na capital paulistana poderá ser reciclada. Mais de 60% das embalagens de aço produzidas no país destinam-se ao estado de São Paulo.

O maior reaproveitamento do aço também trará redução de custos para as empresas. “Os metais, aço ou alumínio, são os únicos dos materiais de embalagens 100% reaproveitáveis, e sem qualquer perda de suas propriedades”, diz o presidente do Siniem, Antonio Carlos Teixeira Alves. Uma tonelada de aço reciclado equivale a 1,5 tonelada de minério de ferro não-explorada. A medida poderia ainda elevar a participação do aço em embalagens de produtos para os quais já é usado ou em nichos em que perdeu espaço como, por exemplo, de latas de óleo.

O centro de recebimento pretende servir de referência para outros que venham a ser instalados, de forma independente, em outras regiões do país. Alguns já em operação, por exemplo, não contam com licenças ambientais.

Fonte: blog Empresa Verde

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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

E se esta moda pega?

A empresa C&A mobiliza 40 de seus fornecedores para assinar, em conjunto com ela, o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo.

A C&A, uma das maiores redes de varejo de moda do Brasil, assinou, em 23 de fevereiro de 2011, o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. O fato merece destaque por pelo menos dois motivos: a rede é a primeira do setor a tornar-se signatária deste compromisso voluntário do empresariado para acabar com o trabalho escravo no país; e fez isso junto com mais 40 fornecedores, que também se comprometem a monitorar suas próprias cadeias de suprimentos para erradicar essa prática dos negócios.

A adesão da C&A e de seus 40 fornecedores representa um marco no movimento do empresariado em prol do trabalho decente e um exemplo de como as empresas em geral podem lidar com esse problema, que é recorrente em vários setores da economia brasileira.

Para a C&A, essa nova atitude diante do problema começou a ser construída em 2006. Naquele ano, a revista do Instituto Observatório Social havia publicado um estudo sobre a cadeia de valor no setor de vestuário, no qual demonstrava que a C&A vendia roupas feitas por imigrantes em malharias clandestinas. O esquema apurado era o seguinte: a C&A precisava costurar as roupas que vende. Para isso, contratava malharias legalmente instaladas na capital paulista. Essas malharias, por sua vez, repassavam o trabalho para terceiros, entre os quais alguns que utilizavam a mão de obra de imigrantes clandestinos ilegais, principalmente bolivianos. Eles trabalhavam sem registro em carteira, em condições precárias e insalubres e sem a garantia de qualquer direito social.

Na época da reportagem, a C&A não aceitou conversar com o Observatório Social para expor a sua versão dos fatos. Respondeu perguntas por escrito, nas quais afirmou zelar para que a sua cadeia de fornecedores trabalhasse na mais estrita legalidade. Uma resposta que qualquer empresa daria, se pega com problema semelhante. E a C&A poderia ter continuado a agir, ou melhor, a reagir conforme as circunstâncias. Mas o fato é que os gestores decidiram fazer diferente e encarar o problema para erradicá-lo, ao menos da sua própria cadeia.

Assim, ainda em 2006, a empresa iniciou um processo interno para erradicar o trabalho análogo à escravidão, adotando várias ações. Uma das principais foi um levantamento de toda a cadeia produtiva, com o registro de todos os contratados diretos e indiretos. Chegou a 2.000 fornecedores.

A C&A criou, ainda em 2006, a empresa independente Organização de Serviço para Gestão de Auditorias de Conformidade (Socam), com o objetivo de buscar a melhoria contínua das condições de trabalho na sua cadeia produtiva. Com a Socam, a C&A tornou-se a primeira rede de varejo do Brasil a auditar toda a sua cadeia produtiva.

A empresa realiza constantemente o monitoramento de todos os seus fornecedores e subcontratados, com o objetivo de garantir que os trabalhadores tenham condições adequadas para exercer suas funções e, por outro lado, para que seja oferecido um produto íntegro aos clientes. Para isso, são realizadas visitas periódicas, sem aviso prévio, aos fornecedores e subcontratados. Além de vistoriar os locais, a Socam também orienta e apoia os fornecedores na melhoria das condições de trabalho, por meio da realização de planos de ação.

Além disso, a companhia sempre orienta seus fornecedores e subcontratados pelo que está disposto no Código C&A de Conduta para Fornecimento de Mercadorias.

Em seguida, a rede deu um passo além. Entendendo que o problema atinge toda a cadeia do vestuário e que uma andorinha só não faz verão, buscou os concorrentes e com eles articulou a Associação Brasileira para o Varejo Têxtil (ABVTex), que, em setembro do ano passado, lançou o Programa de Qualificação de Fornecedores para o Varejo. Trata-se de uma iniciativa inédita e pioneira do setor, que vai disseminar os princípios e valores da responsabilidade social empresarial entre os fornecedores e subcontratados desses varejistas. O objetivo é estabelecer um novo ambiente de negócios na cadeia têxtil, baseado na ética, na transparência e no trabalho decente.

O programa da ABVTex promove a qualificação da cadeia têxtil e auditorias para o monitoramento das práticas, dos compromissos e da gestão das empresas fornecedoras em relação aos seguintes critérios, considerados fundamentais para um bom ambiente de negócios no setor do varejo têxtil:
• trabalho infantil;
• trabalho forçado ou análogo à escravidão;
• trabalho estrangeiro irregular;
• liberdade de associação;
• discriminação;
• abuso e assédio;
• saúde e segurança do trabalho;
• monitoramento e documentação;
• horas trabalhadas;
• benefícios;
• monitoramento da própria cadeia produtiva; e
• meio ambiente.

A trajetória da C&A, da negação ao enfrentamento sério e comprometido do trabalho análogo à escravidão, vem tornando a empresa referência internacional no tema. Mas é bom lembrar que, aqui no Brasil, o esforço da C&A faz parte de outro compromisso maior, já assumido voluntariamente por 140 empresas: o do Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo, que a C&A acaba de assinar, junto com 40 de seus fornecedores.

Esse pacto também nasceu de ampla articulação com diversos setores da economia. Começou em 2004, quando o Observatório Social publicou em sua revista uma reportagem chamada “Escravos do Aço”, em que desvendava o uso de trabalho análogo à escravidão pelas carvoarias do norte do país, na produção do ferro-gusa que alimenta as siderúrgicas da região.

Três grandes empresas eram mencionadas na matéria. Na oportunidade, o Instituto Ethos convidou essas três empresas, entidades sindicais, o próprio Observatório Social e a Organização Internacional do Trabalho (OIT) para discutir o que poderia ser feito para reverter a situação. Dessa articulação surgiu o Pacto Empresarial das Siderúrgicas do Norte do País pela Erradicação do Trabalho Análogo à Escravidão e também o Instituto Carvão Cidadão, que, entre outras atividades, realiza auditorias nas carvoarias para prevenir a ocorrência de trabalho escravo e capacita trabalhadores libertos para o mercado e o convívio social.

O sucesso desta iniciativa incentivou a OIT a mostrar ao Ethos o relatório que preparou evidenciando a existência de escravidão em outros setores econômicos. Promovendo o mesmo processo de diálogo multissetorial, o Ethos, o Observatório Social, a ONG Repórter Brasil, a OIT, o Ministério Público do Trabalho, entidades da sociedade civil e empresas firmaram, em 2006, o Pacto Nacional pela Erradicação do Trabalho Escravo. Por meio dele, os signatários se comprometem, voluntariamente, a monitorar suas cadeias de fornecimento, a alertar as autoridades a respeito de ocorrências de trabalho escravo e a cortar relações comerciais com empresas constantes na “lista suja” do Ministério do Trabalho e Emprego.

O trabalho análogo à escravidão ainda existe no Brasil e precisa ser erradicado. O Estado tem um importante papel para que esse objetivo seja atingido. Mas as empresas podem contribuir bastante para que essa vergonha seja suprimida de vez da sociedade. A C&A, sem dúvida, mostrou um caminho para isso.

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