sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

“Pegada florestal” pode tornar-se novo critério para investimento.

Um novo conceito pode ser agregado ao universo das empresas para medir sua sustentabilidade. Trata-se da “pegada florestal”. Ela diz respeito à quantidade de desmatamento embutida direta ou indiretamente nos produtos, processos e serviços de uma empresa. Foi elaborada pela ong inglesa Global Canopy Programme que realiza estudos e pesquisas em florestas no mundo todo. A entidade afirma que desenvolveu este conceito para atender o interesse de 34 grandes bancos e fundos de investimento. Estas instituições somam ativos de mais de três trilhões de dólares e estão cada vez menos propensas a financiar atividades com “risco florestal”, como produção de óleo de palma, soja, madeira, carne, couro e biocombustíveis

A “pegada florestal” está estruturada em 11 temas-chave para sustentabilidade que vão do rastreamento da cadeia de fornecedores à governança e certificação ambiental. O objetivo é ajudar as empresas a verificar onde existem riscos de desmatamento em suas atividades e adotar as medidas cabíveis, inclusive com o apoio de instituições financeiras.

A pesquisa foi enviada para 217 entre as 500 maiores empresas listadas na revista Fortune, sendo 19 delas brasileiras. Apenas 35 responderam, entre as quais Adidas, Nike, BMW, Unilever, British Airways, Fibria e Grupo Independência (estas duas últimas, brasileiras).

Como outros questionários similares, este da “pegada florestal” tem resposta voluntária e, por enquanto, será utilizado pelos investidores como referência para análise de risco, mas ainda não como um fator decisivo, já que o conceito ainda precisa ser aperfeiçoado.

No entanto, é preciso ressaltar que este questionário de medida de “pegada florestal” pode ser uma ferramenta muito útil para as empresas verificarem suas cadeias produtivas, adotarem as ações necessárias e ganhar a confiança dos investidores e da sociedade.


Por Cristina Spera, do Instituto Ethos.

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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Amor ou poder: qual você quer mais?

Semana passada, o GRES (Grupo Referencial de Empresas em Sustentabilidade), promoveu uma palestra com Adam Kahane*, sócio da Reos Partners, uma organização internacional dedicada a apoiar e desenvolver capacidade para ações inovadoras em sistemas sociais complexos.

Em uma conversa permeada por responsabilidade social, problemas complexos e até questões filosóficas, Kahane falou surpreendentemente bem de Copenhague. Contou que, na sua impressão, o ambiente inevitavelmente causava um sentimento de vitória em seus participantes. Para ele, toda a mobilização para um fim tão importante é o mais valioso e era bonito ver tanta gente reunida por amor ao planeta e ao futuro dele.

Kahane falou também sobre seu último livro: Power and Love: A Theory and Practice of Social Change. A discussão gerada foi em torno da tentativa de equilíbrio entre esses dois grandes sentimentos mobilizadores da humanidade. Quando o poder começa a machucar outras pessoas? Quando o amor começa a machucar você? Como fazer para ter poder e amor na medida certa?

Obviamente essas questões valem para a nossa vida pessoal, mas vai muito além quando o assunto é sustentabilidade. Copenhague, por exemplo, talvez tenha sido tão interessante porque misturou de forma intensa amor e poder. As pessoas estavam lá por isso: algumas por amor a sua própria existência e a do planeta, outras pelo poder de decidir qualquer coisa por toda a sociedade.

A recomendação de Kahane para alcançarmos o equilíbrio e, desta maneira, possamos agir positivamente em nossas vidas e para o mundo, é que façamos uma primeira análise para identificar qual dos impulsos está se sobressaindo ao outro. Feito isso, medicar o excesso com atitudes contrárias. Isto é, se há exagero de poder, o ideal é adotar movimentos e atividades de conexão e exercitar a capacidade de se importar com as pessoas. Se há exagero de amor, tentar separar o que alimentar e o que destruir, analisando com racionalidade. O amor em excesso também pode ser muito ruim porque dificulta a ação.

Kahane disse que “o segredo é trabalhar com os dois como se fossem duas pernas. Sem uma delas, fica difícil caminhar.” Enquanto isso, nossa sociedade caminha com dificuldade, em decisões e atitudes que ora demonstram excesso de amor, ora de poder. E esse desquilíbrio entre as “pernas” anda ameaçando a sobrevivência de pessoas, do meio ambiente, do planeta.

Providencialmente, ao final do encontro, o presidente do Ethos, Ricardo Young, deixou uma questão para refletirmos. “Quão próximo a humanidade terá que estar de uma sobrevivência ameaçada para gerarmos um novo padrão de civilização?”

Quem se arrisca a responder esta pergunta?



*Adam Kahane é também é um dos associados do Instituto para a Ciência, Inovação e Sociedade da Saïd Business School, da Universidade de Oxford. Em 1991 e 1992, Adam facilitou o Projeto de Cenários Mont Fleur, no qual um grupo diverso de Sul-africanos trabalhou junto para uma transição para a democracia. Desde então, tem liderado processos de diálogos e ação intersetoriais ao redor do mundo.

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Para quem tem uma nova ideia de mundo, novas ideias de aprendizado.

A inspiração da Conferência Internacional Ethos 2010 é a Carta da Terra, uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica.

E nós acreditamos que esses princípios podem nos levar a uma nova direção, a um novo contrato da sociedade com o planeta, um novo mundo. Então, por que não pensar também em uma nova maneira de participação dos inscritos?

Para que os participantes da Conferência possam vivenciar o tema responsabilidade social empresarial e tirar deste evento todo o aprendizado que puderem, preparamos cinco formatos diferentes e muito interessantes de atividades.

A Conferência começa com uma atividade de integração entre os participantes, com base nos quatro princípios da Carta. Depois, você pode escolher como e onde pretende aprofundar seu conhecimento: nas palestras, na roda de diálogo, no debate, no painel ou na oficina.

As palestras serão ministradas por personalidades globalmente reconhecidas. A roda de diálogo é uma atividade para compartilhar ideias a partir de casos que demonstrem a aplicação prática dos princípios da Carta da Terra na gestão empresarial. O painel é pra quem quer se aprofundar ainda mais. São considerados 2 temas: o engajamento de stakeholders e as inovações em produtos, processos e modelos de negócio. Na oficina, os participantes aprendem como executar práticas e processos de gestão socialmente responsáveis.

É a oportunidade mais abrangente de diálogo e discussão sobre o caminho para uma economia verde, inclusiva e responsável.

Acompanhe sempre aqui as novidades da Conferência e do Instituto Ethos.
E aproveite para conhecer mais sobre a carta da Terra: http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/what_is.html

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