sexta-feira, 23 de julho de 2010

América Latina concentra 10 dos 15 países mais desiguais, diz relatório

A América Latina se mantém como a região mais desigual do mundo, pois dez dos 15 países com maior disparidade do planeta ficam nesta região, segundo um relatório apresentado nesta sexta-feira (23) na Costa Rica pelas Nações Unidas, que atribui o fenômeno à "herança geracional" e ao maus desempenhos das políticas públicas

O Brasil, apesar dos progressos recentes, segue como um dos países mais desiguais, segundo o relatório.

Para Isidro Solaga, coordenador do relatório regional sobre Desenvolvimento Humano, apresentado em San José, o fenômeno da desigualdade na América Latina é complexo, mas obedece em boa parte a uma "herança geracional" e ao mau desenho de políticas públicas, que na maioria dos casos se limitam ao combate à pobreza.

Veja a íntegra do relatório (original em espanhol).

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) ressalta que a situação do continente é delicada, pois até nos países com melhores resultados, a desigualdade é persistente e elevada.

Para Solaga, "o sistema político da região reforça a reprodução da desigualdade", pois na maioria dos países, por exemplo, os sistemas fiscais são "assimétricos", ou seja, tem uma forte carga no consumo, em lugar de taxar os lucros.

O relatório afirma que a América Latina é um mosaico de realidades políticas e sociais diferentes, mas compartilha o desafio da desigualdade.

A Bolívia, por exemplo, é o país mais díspar do continente. Tem o mesmo nível de desigualdade que Camarões e Madagascar e com um índice de Gini de 60 (em uma escala de 0 a 100, onde 100 é o máximo de desigualdade), fica entre os três países mais desiguais do mundo.

No continente americano ela é seguida pelo Haiti, que mantém uma situação de desigualdade comparável com a da África do Sul e Tailândia, todos com 59 pontos no coeficiente de Gini.

O Brasil e o Equador (índice 56), superam nações como Uganda (índice 55), que têm o mesmo nível de disparidade nas condições de vida de sua população que Honduras, Panamá, Paraguai, Chile, Colômbia e Guatemala, superando Botsuana, Etiópia e Nepal.

Inclusive os países menos desiguais da América Latina - Uruguai, Costa Rica, Venezuela e Argentina -, mantêm níveis de disparidade muito elevados (mais de 45) se comparados com os coeficientes da Europa oriental (entre 24 e 43 pontos), e mesmo com os países desenvolvidos, cujo pico está em Portugal, com um índice Gini de 41.

A herança das condições de vida de uma geração a outra é palpável e preocupante no continente, e demonstra que muitas das políticas para favorecer a mobilidade social foram ineficazes.

Dados do relatório assinalam que, por exemplo, só 3,1% dos jovens cujos pais têm a educação primária incompleta concluem seus estudos universitários.

A desigualdade é clara em quase todos os níveis. A diferença no acesso à água entre a população de maior e menor renda no Peru é de 57%, seguida pela Nicarágua (52%) e El Salvador (45%), enquanto no Uruguai é de apenas 2% e na Costa Rica e Argentina de 4%.

Na Bolívia, os grupos mais ricos têm um acesso 64% maior à eletricidade que os mais pobres. Em Honduras a diferença é de 58% e no Peru chega aos 55%, mas no Chile e Venezuela os dois grupos têm praticamente o mesmo acesso.

Se dividirmos à América Latina por subrregiões não há grandes diferenças, embora o Cone sul seja a região com menos desigualdades e a região andina a de mais disparidades sociais.

Outro elemento comum em toda América Latina é que as maiores vítimas da desigualdade são as mulheres, assim como os indígenas e os afrodescendentes.

As mulheres também são maioria entre os trabalhadores informais, além de receber um salário menor e trabalhar mais horas.

O Pnud enfatizou que os atuais processos de tomada de decisões na região não favorecem a redução da desigualdade, pois é preciso lutar contra a corrupção e desenvolver políticas que vão além do combate à pobreza.

A pesquisa usa dados de 2005 a 2008. No Brasil, os dados são de 2008. Ela leva em conta rendimento, educação e saúde.
Fonte: g1.com.br

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“Quem financia as eleições brasileiras? ”

uem quer ter um raio-x do financiamento político no Brasil não pode deixar de ler a publicação “Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral – Edição 2010”. Este estudo vem sendo lançado sistematicamente pelo Instituto Ethos desde 2002, sempre em anos eleitorais. A cada reedição, são atualizadas as informações sobre a participação das empresas nas eleições; também são reforçadas as diretrizes para a participação transparente e responsável do setor empresarial no processo eleitoral. Este ano, contou com a parceria da Transparency International.

O cerne da questão, que todas as edições buscam sempre reiterar, é que para a democracia brasileira fortalecer-se, a sociedade precisa valorizar a ação do Estado, com suas leis, regras e sanções, em conjunto com a atuação responsável das empresas, da sociedade e dos próprios políticos. O avanço nestas duas frentes tornará as práticas de financiamento mais condizentes com os valores democráticos.

O que salta aos olhos é o aumento do custo das eleições. Na edição de 2008, que trouxe dados de 2004 e 2006, o montante declarado pelos partidos e candidatos ao TSE não chegou a 3 bilhões de reais. Uma cifra impressionante que foi superada pelo levantamento feito para esta edição da publicação, cuja pesquisa na mesma fonte (TSE) revelou que o custo total das eleições do biênio 2006 e 2008 foi de 4, 6 bilhões de reais.

Levando-se em conta o total de eleitores do país – 132 milhões de pessoas –, o custo médio por eleitor é irrisório: são necessários quase R$ 35,00 para informar cada eleitor a respeito das diferenças entre os candidatos a presidente, governador, deputado federal e estadual, prefeito e vereador, ou R$ 5 por eleitor e por cargo. A questão é saber de onde vem o dinheiro. Por isso, esta edição do estudo sobre RSE nas eleições buscou começar a revelar o perfil do financiamento político no Brasil.

Dos 4,6 bilhões de reais, 450 milhões de reais, aproximadamente, vieram de doações feitas por 486 empresas situadas entre as 1000 maiores do ranking da Revista Exame. Para examinar quem são estes doadores, o Ethos e a Transparência Internacional compararam a lista dos financiadores com a das “1000 Melhores & Maiores” da Revista Exame, constatando que 486 são doadoras.

As dez mais importantes doadoras contribuíram com quantias que variaram de R$ 6 milhões a R$ 23 milhões cada uma, enquanto as cem últimas contribuíram com R$ 20 mil.

Indústria da Construção Civil (25,4%), Bens de Consumo (12,4%), Siderurgia e Metalurgia (12,1%) e Bancos (8,3%) são os setores que mais doam para as campanhas. Estas empresas, no entanto, respondem por apenas 10% do total das doações e concentram seus recursos no financiamento de alguns cargos que são: presidente, governador, deputado federal e senador.

É interessante refletir sobre a concentração do financiamento político nas mãos das empresas. Nos países onde só existe financiamento público de eleições, a desigualdade social é próxima de zero, a participação dos cidadãos nas decisões de governos é intensa e as casas legislativas passam por constantes renovações, até porque os parlamentares não têm altos salários, nem verbas de representação.

Outro ponto sobre o qual os brasileiros deveriam também refletir, mais do que isso, cobrar as empresas: quanto do faturamento vai para financiamento político e quanto para projetos sociais? E esta doação política é feita com base em critérios responsáveis? Exige-se contrapartida de interesse público ou prevalece o interesse corporativo? Em vez de doar para partido ou candidato as quantias declaradas no TSE, as empresas não poderiam constituir um fundo para investimento em ações sociais?

Enfim, é importante deixar claro que o Instituto Ethos considera o financiamento político uma ferramenta importante para a ampliação da democracia, desde que feito sob estritos critérios éticos e de espírito público.

Quem quiser ler a publicação, pode acessá-la no site do Ethos gratuitamente.


Divulgado na Rádio CBN no dia 23 de julho de 2010.

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quinta-feira, 22 de julho de 2010

COLETIVA DE IMPRENSA

Manual sobre participação responsável das empresas no processo eleitoral 2010 será lançado sexta-feira, dia 23 de julho, em São Paulo, durante a Conferência Latino-Americana contra a Corrupção, da OCDE.

Instituto Ethos e Transparency International (TI) lançam, no próximo dia 23 de julho, em São Paulo, a versão atualizada do manual “Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral – Edição 2010”.
São Paulo, julho de 2010 - Único levantamento deste tipo no País, a publicação “Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral” vem se transformando em importante referência para a promoção das boas práticas de integridade e contra a corrupção nas empresas, bem como fonte para outras iniciativas similares.

A edição 2010 deste manual traz informações sobre o financiamento de campanhas no Brasil e no mundo, os prós e contras de se usar dinheiro público ou privado no processo eleitoral, os setores da economia que mais fazem doações a políticos, no Brasil, os partidos que mais recebem e um roteiro de como financiar as eleições com responsabilidade.

Presenças confirmadas no evento: Oded Grajew e Paulo Itacarambi, respectivamente presidente e vice-presidente do Instituto Ethos; e convidados especiais.

Após a apresentação dos dados publicação, Oded e Paulo responderão as perguntas dos jornalistas.

SERVIÇO
O quê:
Lançamento da publicação “Responsabilidade Social das Empresas e Processo Eleitoral – Edição 2010”;
Quando: 23 de julho de 2010;
Horário: Das 10h00 às 11h00;
Local: Auditório da Fecomércio;
Endereço: Rua Doutor Plínio Barreto, 285, Bela Vista – São Paulo (SP);


Mais informações à imprensa:
Cristina Spera
cspera@ethos.org.br
Assessoria de Imprensa
Tel: (11) 3897-2444 / (11) 8895-5740

Este estudo é uma realização do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e da Transparency International, com patrocínio da AES Eletropaulo, Energias do Brasil, Infraero, Natura e Samarco, e com apoio da CPFL Energia, Suzano e WalMart Brasil

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quarta-feira, 21 de julho de 2010

Plataforma eletrônica vai ajudar as empresas a medir avanços no combate à corrupção

tá se realizando agora, no auditório da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio), o seminário das empresas signatárias do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção. Este Pacto foi lançado em 2006, por iniciativa de uma série de entidades da sociedade civil, como o Comitê Brasileiro do Pacto Global, o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Corrupção, o Uniethos e o próprio Instituto Ethos. Ele visava mostrar à sociedade que as empresas podem voluntariamente assumir compromissos em favor da ética nos negócios, adotando diretrizes e procedimentos de relacionamento com o mercado e com os governos, nos quais prevaleçam a integridade e o combate à corrupção.

Após quatro anos de criação, o pacto conta hoje com um grupo de 185 empresas signatárias, 29 entidades empresariais e 20 empresas e entidades no Grupo de Trabalho.

Estas empresas e entidades, ao assinar o Pacto, assumem sete compromissos: fazer as leis serem conhecidas internamente e cumpridas integralmente; divulgar, orientar e responder as dúvidas sobre os princípios legais aplicáveis às atividades da empresa; vedar terminantemente o suborno; contribuir de forma transparente e lícita para as campanhas políticas; divulgar os princípios do pacto assinado entre os públicos de interesse da empresa; atuar junto às cadeias produtivas na disseminação destes princípios; e, quando for o caso, proceder a investigações de denúncias de corrupção, de maneira aberta e transparente.

De maneira geral, ocorreram avanços, como realização de oficinas de fomento à integridade, troca de experiências entre empresas, a edição do manual “Responsabilidade Social das empresas no combate à corrupção” e mobilização das empresas pela aprovação da lei “ficha limpa”. Merece destaque, entre as realizações, o convênio firmado pelo Pacto com a Controladoria Geral da União (CGU) e com o Escritório das Nações Unidas contra as Drogas e a Corrupção (Unodc) para a realização, em nível nacional, de uma série de atividades de disseminação de uma cultura de integridade e de combate à corrupção no ambiente de negócios. O convênio representa o reconhecimento, por parte do Estado brasileiro e da Onu, do protagonismo do setor privado no combate à corrupção e, também, da importância do Pacto Empresarial para mobilizar e engajar as empresas nesta luta.

No entanto, faltava algum instrumento que permitisse verificar o estágio de cada uma das signatárias em relação a cada compromisso do Pacto. Por isso, com o apoio da CGU e da UNODC, o Pacto desenvolveu uma metodologia de avaliação da adesão das empresas aos compromissos que está sendo lançada agora no auditório da Fecomércio.

Trata-se de uma plataforma de monitoramento constituída por um questionário dividido em quatro partes (ou dimensões), que verifica como as empresas estão em relação a questões normativas, educacionais, de comunicação e de monitoramento interno e na cadeia de valor.

Este questionário entra, a partir de hoje, para consulta pública no site www.empresalimpa.org.br podendo receber aprimoramentos e sugestões das empresas signatárias.

Em setembro, a plataforma entra no ar e as empresas terão prazo até o final de outubro para preencher o questionário. Será obrigatório incluir documentos que comprovem as informações prestadas. Mais do que informar o que fizeram ou estão fazendo no que tange às práticas de integridade, as empresas precisarão comprovar suas ações. Por exemplo, se a empresa declara que tem um código de conduta, precisará anexá-lo eletronicamente ao questionário. Se ela afirma que realiza treinamentos sobre legislação, terá de comprovar com a grade do curso e a lista de presença.

As informações ficarão arquivadas num banco de dados e poderão ser acessadas pelo público via site http://www.empresalimpa.org.br/.

Respondendo adequadamente, a empresa poderá obter um relatório confiável das atividades que realiza no âmbito do Pacto e ainda informar corretamente a sociedade a respeito destas ações.

O objetivo da plataforma não é criar um ranking de empresas “campeãs da integridade”, mas sim estabelecer parâmetros para se medir o avanço no combate à corrupção. Na verdade, esta plataforma vai demonstrar que ser uma empresa ética não é um bicho de sete cabeças. Há caminhos já trilhados e que podem ser construídos gradativamente. Depende da vontade de cada um.
Divulgado na Rádio CBN no dia 21 de julho de 2010.

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terça-feira, 20 de julho de 2010

Instituto Ethos apoia eventos sobre sustentabilidade e combate à corrupção

Amanhã, em São Paulo, serão realizados três eventos com o apoio e participação do Instituto Ethos. Os eventos são gratuitos e abertos ao público. Acompanhe:

Nossa São Paulo convida para o lançamento da "Plataforma Cidades Sustentáveis"

O Movimento Nossa São Paulo, em parceria com a Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis, lançará no dia 21 de julho de 2010, em São Paulo, a Plataforma Cidades Sustentáveis, recurso que pretende reunir práticas de sustentabilidade já desenvolvidas em diversas cidades do mundo e que possam ser replicadas e adotadas como políticas públicas.

Esse cardápio de práticas será apresentado em duas versões: uma publicação impressa e um site, o qual será sempre atualizado com as novas experiências sustentáveis que surgirem pelo mundo. O objetivo da iniciativa é subsidiar programas e ações a serem implantados por gestores públicos e, neste ano eleitoral, contribuir para o debate entre os candidatos, a fim de que os próximos governantes venham a promover melhor qualidade de vida nas regiões urbanas, onde vivem 85% dos brasileiros.

O evento de lançamento será no Sesc Consolação e vai contar com a participação de Sérgio Abranches, cientista político, pesquisador de ecopolítica e comentarista da rádio CBN. Ele vai falar sobre o tema "O Imperativo da Sustentabilidade: Nações, Cidades e Empresas Sustentáveis".

Os candidatos ao governo do Estado de São Paulo serão convidados a assinar uma carta-compromisso para uma gestão pública voltada para o desenvolvimento justo e sustentável das cidades, a partir dos exemplos relatados na publicação e no site.

SERVIÇO
O quê:
Lançamento da "Plataforma Cidades Sustentáveis";
Quando: 21 de julho de 2010;
Horário: Das 10h30 às 12h30;
Local: Sesc Consolação;
Endereço: Rua Dr. Vila Nova, 245 – São Paulo (SP);
Inscrições: Os interessados devem confirmar presença pelo e-mail zuleica@isps.org.br.

Pacto Empresarial realiza o 1º seminário internacional contra a corrupção

No dia 21 de julho de 2010, acontecerá, na sede da Fecomércio, em São Paulo, o 1º Seminário Internacional do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção. O encontro reunirá empresas signatárias do pacto e todas as interessadas em debater questões-chave sobre a atuação das empresas no combate à corrupção e na promoção de um ambiente íntegro de negócios.

O encontro irá apresentar um balanço das ações estratégicas adotadas pelas empresas com o objetivo de promover a integridade no ambiente de negócios brasileiro, bem como a metodologia de acompanhamento de todas as signatárias do pacto, que passa a valer a partir desse ano. A responsabilidade jurídica das empresas nesse movimento anticorrupção será assunto de avaliação por parte da advogada Claudia Bonelli, do escritórioTozziniFreire.

Em seguida, será realizado um debate sobre o financiamento de campanhas eleitorais, com a participação de alguns especialistas que acompanham o andamento da reforma política brasileira. Entre eles está o atual deputado federal José Eduardo Cardozo e os professores José Antônio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), e Bruno Reis, cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais.

Para fechar o encontro, os participantes assistirão à palestra de Olajobi Makinwa, responsável pelas iniciativas de combate à corrupção do Pacto Global (Global Compact), das Nações Unidas. À partir das 20 horas, será realizada no mesmo local a cerimônia de abertura da Conferência Latino-Americana de Combate à Corrupção da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que tem apoio do Instituto Ethos.

SERVIÇO
O quê: 1º Seminário Internacional do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção;
Quando: 21 de julho de 2010;
Horário: Das 14h00 às 18h45;
Local: Auditório da Fecomércio;
Endereço: Rua Doutor Plínio Barreto, 285, Bela Vista – São Paulo (SP);
Informações: Para obter mais informações, acesse http://www.cgu.gov.br/conferenciabrocde;  
Inscrições: As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas pelo link: http://www.ethos.org.br/sistemas/eventos/conf_evento_simples.asp?id=300.


CGU e OCDE promovem conferência sobre combate à corrupção pelas empresas

No âmbito do Programa Latino-Americano Anticorrupção da OCDE, a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) realizam a Conferência Latino-Americana sobre Responsabilidade Corporativa na Promoção da Integridade e no Combate à Corrupção, entre os dias 21 e 23 de julho de 2010, no Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo.

A conferência reunirá autoridades públicas, representantes e organizações do setor privado, associações profissionais e a sociedade civil para discutir sobre os riscos e as conseqüências associadas à corrupção nas transações comerciais, bem como contribuir para o aprimoramento da legislação dos países latino-americanos referente à responsabilização das empresas por atos de corrupção.

SERVIÇO
O quê: Conferência Latino-Americana sobre Responsabilidade Corporativa na Promoção da Integridade e no Combate à Corrupção;
Quando: De 21 a 23 de julho de 2010;
Local: Centro Fecomércio de Eventos;
Endereço: Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – Bela Vista, São Paulo (SP);
Informações: Pelo site www.cgu.gov.br/conferenciabrocde/index.asp, pelo e-mail conferencia.br.ocde@cgu.gov.br ou pelo telefone (61) 2020-6827;
Inscrições: Pelo site www.cgu.gov.br/conferenciabrocde/index.asp;
Realização: Controladoria-Geral da União (CGU) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

“Crescimento econômico, educação e sustentabilidade”

Vivemos um período de crescimento do emprego formal, comprovam todas as estatísticas de pesquisa do Ministério do Trabalho às entidades acadêmicas dedicadas ao tema. No entanto, há algum tempo, nota-se a presença cada vez maior de profissionais estrangeiros nas empresas brasileiras, desempenhando as mais variadas funções, de operadores a executivos, todas as funções altamente qualificadas e com salários tentadores.

Esta presença aumenta na mesma medida em que os dados do crescimento econômico tornam-se mais animadores. A verdade é que o atual ciclo de prosperidade, mesmo que ainda baseado em segmentos tradicionais da economia, como siderurgia e petróleo, precisa incorporar as tecnologias de ponta para ser competitivo. E aí, o país esbarra nas conseqüências de um de seus seculares problemas: o descaso com a educação dos cidadãos e também com a capacitação adequada para adaptar-se constantemente às transformações do mundo do trabalho.

O fato é que estamos vivendo o mesmo círculo vicioso de outras épocas: embora o emprego formal cresça, alguns dos melhores cargos (e salários) precisam ser ocupados por estrangeiros, pois faltam profissionais capacitados. Com isso, o trabalhador brasileiro acaba por não ser o principal beneficiário do progresso.

A mão de obra que tem sido importada é constituída por profissionais com curso superior ou, no mínimo, com ensino técnico altamente especializado em tecnologias avançadas. De acordo com levantamento da Coordenação Geral de Imigração do Ministério do Trabalho e Emprego, entre 2005 e 2010, entraram no país 177.500 trabalhadores estrangeiros, 45% deles contratados pelo setor petrolífero. Destes, 155.900 possuem diploma superior e / ou ensino médio / técnico; e 16.900 têm funções como marinheiro de navio petrolífero, soldador naval, profissional da construção civil especialista em edificações industriais, e assim por diante. A maior parte ainda vem dos EUA e da Europa. Mas cresce o contingente de asiáticos, vindos da Índia, da China e até das Filipinas.

O caso dos imigrantes da Ásia é emblemático. O sistema educacional foi planejado há pelo menos meio século para dar suporte ao desenvolvimento econômico dos países. Assim, à medida que cresciam e incorporavam novas tecnologias, podiam buscar os profissionais capacitados entre os cidadãos nativos. Os estrangeiros eram necessários temporariamente para ocupar determinadas funções referentes à transferência de tecnologia.

O Brasil, que nunca tratou a educação com o devido respeito, também não se preparou para o recente ciclo de crescimento, não investiu em pesquisa, em centros de excelência, e agora paga o preço do descaso. Há vagas, mas não há profissionais brasileiros capacitados. Esta carência pode, segundo o Sindicato da Construção Civil de Alagoas, atrasar inclusive a reconstrução das cidades atingidas pelas enchentes.

O problema é de governos que, em todos os âmbitos, não consegue fazer o sistema educacional reagir na velocidade exigida pelo mercado. É preciso investir mais. De acordo com pesquisa da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), divulgada em 2009, o Brasil é o país que menos gasta com educação, dos 34 estudados pela entidade. Enquanto nós investimos cerca de 1303 dólares por ano por estudante, desde o primário até a universidade, os países europeus investem mais de 7 mil dólares. No Chile, o outro país latino-americano mencionado na pesquisa, o investimento é maior que 2 mil dólares / ano por aluno. O total do PIB que vai para a educação, de 3,9%, só é maior que o da Rússia e o da Grécia, entre os 34 pesquisados. Os EUA gastam 7,9% do PIB com educação.

No que tange às empresas, um levantamento feito pela Associação Brasileira de Treinamento & Desenvolvimento revelou que as empresas brasileiras gastam 37 horas / ano por funcionário em treinamento, investindo, em média, R$ 1527,00 por ano, por funcionário. A média está até um pouco acima daquela praticada internacionalmente. Mesmo assim, os profissionais brasileiros ainda estão defasados em relação aos colegas estrangeiros.

Encontrar a solução para este problema é um dos desafios mais urgentes para os governos e as empresas, principalmente aquelas comprometidas com a responsabilidade social empresarial. Não haverá desenvolvimento sustentável sem profissionais bem formados e capacitados para desempenhar suas funções com excelência.


Divulgado na Rádio CBN no dia 19 de julho de 2010.

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Biodiversidade começa a aparecer na agenda empresarial, diz estudo

Segundo relatório "TEEB for Business", impacto das "externalidades ambientais" das empresas chega a US$ 2,2 trilhões por ano. Consumidores se mostram cada vez mais preocupados com a perda da biodiversidade no mundo

Líderes empresariais de países em desenvolvimento ricos em biodiversidade estão cada vez mais preocupados com a perda do "capital natural", de acordo com o relatório "The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB) for Business".

Mais de 50% dos CEOs pesquisados na América Latina e 45% na África estão preocupados com o declínio da biodiversidade, enquanto menos de 20% dos CEOs entrevistados nos países da Europa ocidental partilham da mesma preocupação. O estudo indica que os executivos que falharem em incluir o manejo sustentável da biodiversidade em seus planos de negócios, podem acabar ficando fora de sintonia com o mercado.

Segundo Pavan Sukhdev, economista da TEEB e chefe da Green Economy Initiative, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a "importância econômica da biodiversidade e dos ecossistemas está começando a aparecer. Alguns empresários, de determinados setores e em alguns continentes, já estão agindo para construir empresas sustentáveis, do século 21".

Recentes estudos apresentados no relatório da TEEB indicam que 60% dos consumidores entrevistados na América e Europa, e mais de 90% no Brasil, estão conscientes da perda da biodiversidade. Mais de 80% desses consumidores deixariam de comprar produtos de companhias que não incorporam questões éticas em suas práticas.

Além disso, de acordo com a TEEB, a consultoria britânica TruCost deve lançar um estudo que lista as atividades de 3 mil companhias ao redor do mundo, estimando o impacto dessas empresas, ou "externalidades ambientais", em um total de US$ 2,2 trilhões por ano.

"Estamos entrando em uma nova era em que as perdas de vários trilhões de dólares de recursos naturais estão começando a moldar os mercados e as preocupações dos consumidores", explica o diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner.

O documento cita casos bem sucedidos de políticas empresarias para a biodiversidade e ecossistemas, como o caso da mineradora Rio Tinto, que se comprometeu a atingir impacto positivo (Net Positive Impact) na biodiversidade; e outras iniciativas, como a do Walmart, Coca Cola e BC Hydro.

Leia aqui o relatório "The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB) for Business", na íntegra.

Fonte: Eco-Finanças

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