quarta-feira, 21 de julho de 2010

Plataforma eletrônica vai ajudar as empresas a medir avanços no combate à corrupção

tá se realizando agora, no auditório da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio), o seminário das empresas signatárias do Pacto Empresarial pela Integridade e contra a Corrupção. Este Pacto foi lançado em 2006, por iniciativa de uma série de entidades da sociedade civil, como o Comitê Brasileiro do Pacto Global, o Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Corrupção, o Uniethos e o próprio Instituto Ethos. Ele visava mostrar à sociedade que as empresas podem voluntariamente assumir compromissos em favor da ética nos negócios, adotando diretrizes e procedimentos de relacionamento com o mercado e com os governos, nos quais prevaleçam a integridade e o combate à corrupção.

Após quatro anos de criação, o pacto conta hoje com um grupo de 185 empresas signatárias, 29 entidades empresariais e 20 empresas e entidades no Grupo de Trabalho.

Estas empresas e entidades, ao assinar o Pacto, assumem sete compromissos: fazer as leis serem conhecidas internamente e cumpridas integralmente; divulgar, orientar e responder as dúvidas sobre os princípios legais aplicáveis às atividades da empresa; vedar terminantemente o suborno; contribuir de forma transparente e lícita para as campanhas políticas; divulgar os princípios do pacto assinado entre os públicos de interesse da empresa; atuar junto às cadeias produtivas na disseminação destes princípios; e, quando for o caso, proceder a investigações de denúncias de corrupção, de maneira aberta e transparente.

De maneira geral, ocorreram avanços, como realização de oficinas de fomento à integridade, troca de experiências entre empresas, a edição do manual “Responsabilidade Social das empresas no combate à corrupção” e mobilização das empresas pela aprovação da lei “ficha limpa”. Merece destaque, entre as realizações, o convênio firmado pelo Pacto com a Controladoria Geral da União (CGU) e com o Escritório das Nações Unidas contra as Drogas e a Corrupção (Unodc) para a realização, em nível nacional, de uma série de atividades de disseminação de uma cultura de integridade e de combate à corrupção no ambiente de negócios. O convênio representa o reconhecimento, por parte do Estado brasileiro e da Onu, do protagonismo do setor privado no combate à corrupção e, também, da importância do Pacto Empresarial para mobilizar e engajar as empresas nesta luta.

No entanto, faltava algum instrumento que permitisse verificar o estágio de cada uma das signatárias em relação a cada compromisso do Pacto. Por isso, com o apoio da CGU e da UNODC, o Pacto desenvolveu uma metodologia de avaliação da adesão das empresas aos compromissos que está sendo lançada agora no auditório da Fecomércio.

Trata-se de uma plataforma de monitoramento constituída por um questionário dividido em quatro partes (ou dimensões), que verifica como as empresas estão em relação a questões normativas, educacionais, de comunicação e de monitoramento interno e na cadeia de valor.

Este questionário entra, a partir de hoje, para consulta pública no site www.empresalimpa.org.br podendo receber aprimoramentos e sugestões das empresas signatárias.

Em setembro, a plataforma entra no ar e as empresas terão prazo até o final de outubro para preencher o questionário. Será obrigatório incluir documentos que comprovem as informações prestadas. Mais do que informar o que fizeram ou estão fazendo no que tange às práticas de integridade, as empresas precisarão comprovar suas ações. Por exemplo, se a empresa declara que tem um código de conduta, precisará anexá-lo eletronicamente ao questionário. Se ela afirma que realiza treinamentos sobre legislação, terá de comprovar com a grade do curso e a lista de presença.

As informações ficarão arquivadas num banco de dados e poderão ser acessadas pelo público via site http://www.empresalimpa.org.br/.

Respondendo adequadamente, a empresa poderá obter um relatório confiável das atividades que realiza no âmbito do Pacto e ainda informar corretamente a sociedade a respeito destas ações.

O objetivo da plataforma não é criar um ranking de empresas “campeãs da integridade”, mas sim estabelecer parâmetros para se medir o avanço no combate à corrupção. Na verdade, esta plataforma vai demonstrar que ser uma empresa ética não é um bicho de sete cabeças. Há caminhos já trilhados e que podem ser construídos gradativamente. Depende da vontade de cada um.
Divulgado na Rádio CBN no dia 21 de julho de 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este é um blog para todos! Deixe o seu comentário aqui e ele se tornará um post após a categorização do moderador.
Obrigada.