quinta-feira, 11 de junho de 2009

E por que isto é tão importante?

Mensagem enviada por Maria Zulmira de Souza
Planetária Soluções Sustentáveis
São Paulo

O Congresso Internacional está chegando. E um dos temas que prometem
esquentar o público neste ano é comunicação e sustentabilidade. Ele
estará presente em diversas rodas do evento, como na Oficina de
Comunicação e Marketing Socialmente Responsáveis, dia 16.

E por que isto é tão importante?

Longe de, na prática, ser incorporada às ações individuais e
corporativas, o que vemos é o mal uso da dita cuja, com raras exceções. E
pensar que é condição vital na construção do mundo que queremos. Ou não
é?

Leia Mais?

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Entre o lucro e a sustentabilidade

Texto comentado por Ricardo Young na Rádio CBN.

De acordo com pesquisa realizada pela Grant Thornton International, os empresários brasileiros estão divididos entre o lucro e a sustentabilidade.

O estudo ouviu 7.200 empresas privadas de capital fechado em 36 países (Privately held business – PHS) em 36 países e os resultados mostram que 43% dos brasileiros estão dispostos a diminuir rentabilidade nos negócios para preservar o ambiente. Esta porcentagem põe o Brasil em 6º. Lugar entre os países pesquisados. Em nosso país, foram ouvidos 150 empresas, sendo 100 em SP, 25 no RJ e 25 na Bahia.

A pergunta feita foi: A sua empresa adotaria práticas de preservação ambiental se elas tivessem impacto negativo no lucro?


A Tailândia foi o país com maior percentual de SIM entre os executivos entrevistados: 99%.

Antes do Brasil ainda vêm Argentina, com 80%; México, com 60%, Japão, com 50%; EUA, com 46%; e Índia, com 44%.

Em termos continentais, a Ásia oriental (sem a China e os países árabes) concentra o maior número de empresários dispostos a defender o ambiente (61%). A América Latina vem em seguida, com 56%.

Na média, sem levar em conta a nacionalidade dos executivos entrevistados, 51% deles afirmam que adotariam práticas ambientalmente corretas em detrimento dos lucros. 36% disseram que preferem se importar com os negócios e 13% não souberam responder.

Em outra pergunta da pesquisa, na qual os entrevistados deveriam considerar se a comunidade empresarial do país se preocupa com o meio ambiente, foi feita uma ponderação entre SIM e NÃO. A média mundial de SIM foi de 30% . No Brasil, 34% dos entrevistados acreditam que a comunidade empresarial se preocupa com o meio ambiente. A média mais alta foi obtida nos países nórdicos, com 61% de respostas afirmativas (sim, o empresariado se preocupa com o meio ambiente). A média mais baixa ficou com a América Latina, 14%. A Argentina foi o país onde a percepção positiva sobre a preocupação ambiental do empresariado teve o percentual mais baixo da pesquisa Menos 34%. E é justamente neste país onde os empresários estão mais dispostos a abrir mão do lucro para melhorar as práticas ambientais.

A pesquisa mostra que, mesmo longe do ideal, o empresariado começa a evoluir na abordagem das questões ambientais. As pressões dos consumidores e a consciência de que os recursos naturais estão mesmo se tornando escassos podem ser apontados para esta mudança de consciência.

Tomara que esteja perto o dia em que todo o empresário, independente do tamanho de seu negócio, perceba que práticas socioambientais trazem vantagens para a sociedade, para a empresa e para a marca. E que, em tempos de turbulência, acabam sendo uma boa garantia para a sobrevivência do próprio negócio.

Leia Mais?

Relatório do Greenpeace responsabiliza pecuária e o governo pelo desmatamento da Amazônia

Texto de Benjamin S. Gonçalves
Editor de publicações do Instituto Ethos
São Paulo, 5 de junho de 2009

De acordo com o estudo, marcas de produtos conhecidos, redes de supermercados e frigoríficos estão contribuindo involuntariamente para o agravamento do problema na região, com a colaboração do governo.

Após colher informações durante três anos, a organização não-governamental Greenpeace lançou nesta segunda-feira o relatório Farra do Boi na Amazônia. O levantamento conclui que a indústria pecuária nacional é a maior responsável pelo desmatamento da Amazônia. Invasão de terras protegidas e trabalho escravo também foram observados pelo relatório em fazendas que fornecem gado para o mundo todo.



Nos três anos de investigação, o Greenpeace rastreou o fornecimento de carne, couro e outros produtos bovinos para o mercado global por fazendas da região, estabelecendo pela primeira vez uma relação entre os danos da pecuária sobre a Floresta Amazônica e marcas famosas em todo o mundo, como Adidas/Reebok, Carrefour, Clarks, Gucci, Honda, Ikea, Kraft, Louis Vuitton, Nike, Prada, Tesco, Timberland e Wal-Mart.

O relatório acrescenta que o governo federal, responsável pela preservação da Amazônia, é um dos principais colaboradores para a destruição da floresta, ao conceder financiamentos a empresas do setor por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “No momento em que a empresa financiada pelo governo investe na região e monta uma unidade com capacidade para abater milhares de animais por dia, está sinalizando para os produtores que eles podem desmatar e ampliar a produção, porque os animais serão comprados”, comenta André Muggiati, coordenador da campanha de pecuária do Greenpeace.

De acordo com Muggiati, entre os frigoríficos implicados no desmatamento da Amazônia estão o Bertin, o JBS e o Marfrig, que receberam a maior parte dos US$ 2,65 bilhões investidos pelo BNDES em troca de ações para o governo federal, entre 2007 e 2009, em cinco grandes empresas, responsáveis por 50% das exportações de carne e couro brasileiros.

O levantamento informa ainda que a expansão da pecuária brasileira se concentra na Amazônia, onde 80% das áreas desmatadas são dedicadas à atividade. Observe-se que o país é o quarto maior emissor de gases de efeito estufa em todo o mundo, sobretudo pela destruição da floresta.

Logo após a divulgação do relatório, os frigoríficos Bertin e JBS lançaram notas oficiais rebatendo as informações e afirmando que adotam critérios sustentáveis para a compra de matéria-prima. Ambos disseram que antes de contratar os produtores consultam a lista de propriedades embargadas pelo Ibama e a "lista suja" do Ministério do Trabalho. O Bertin informou que já excluiu pelo menos 165 fornecedores que estavam em uma das duas listas. O JBS, por sua vez, citou sua adesão ao Pacto Empresarial da Pecuária estabelecido em 2008 pela iniciativa Conexões Sustentáveis São Paulo–Amazônia.Vale esclarecer que esse pacto estabelece compromissos que deverão ser acompanhados de ações concretas a serem relatadas pelos signatários. Até o momento o Comitê de Acompanhamento dos Pactos do Conexões Sustentáveis ainda não recebeu o relato de ações do JBS.

Já o Wal-Mart foi mais além e publicou seu posicionamento Repúdio à Pecuária Bovina Irregular na Amazônia, no qual informa que, em resposta aos fatos apresentados pelo relatório do Greenpeace, “já está em contato com seus fornecedores para obter explicações em relação às denúncias e, desta forma, tomar atitudes no curto prazo que sejam efetivas e sustentáveis”.

Leia Mais?