segunda-feira, 8 de junho de 2009

Entre o lucro e a sustentabilidade

Texto comentado por Ricardo Young na Rádio CBN.

De acordo com pesquisa realizada pela Grant Thornton International, os empresários brasileiros estão divididos entre o lucro e a sustentabilidade.

O estudo ouviu 7.200 empresas privadas de capital fechado em 36 países (Privately held business – PHS) em 36 países e os resultados mostram que 43% dos brasileiros estão dispostos a diminuir rentabilidade nos negócios para preservar o ambiente. Esta porcentagem põe o Brasil em 6º. Lugar entre os países pesquisados. Em nosso país, foram ouvidos 150 empresas, sendo 100 em SP, 25 no RJ e 25 na Bahia.

A pergunta feita foi: A sua empresa adotaria práticas de preservação ambiental se elas tivessem impacto negativo no lucro?


A Tailândia foi o país com maior percentual de SIM entre os executivos entrevistados: 99%.

Antes do Brasil ainda vêm Argentina, com 80%; México, com 60%, Japão, com 50%; EUA, com 46%; e Índia, com 44%.

Em termos continentais, a Ásia oriental (sem a China e os países árabes) concentra o maior número de empresários dispostos a defender o ambiente (61%). A América Latina vem em seguida, com 56%.

Na média, sem levar em conta a nacionalidade dos executivos entrevistados, 51% deles afirmam que adotariam práticas ambientalmente corretas em detrimento dos lucros. 36% disseram que preferem se importar com os negócios e 13% não souberam responder.

Em outra pergunta da pesquisa, na qual os entrevistados deveriam considerar se a comunidade empresarial do país se preocupa com o meio ambiente, foi feita uma ponderação entre SIM e NÃO. A média mundial de SIM foi de 30% . No Brasil, 34% dos entrevistados acreditam que a comunidade empresarial se preocupa com o meio ambiente. A média mais alta foi obtida nos países nórdicos, com 61% de respostas afirmativas (sim, o empresariado se preocupa com o meio ambiente). A média mais baixa ficou com a América Latina, 14%. A Argentina foi o país onde a percepção positiva sobre a preocupação ambiental do empresariado teve o percentual mais baixo da pesquisa Menos 34%. E é justamente neste país onde os empresários estão mais dispostos a abrir mão do lucro para melhorar as práticas ambientais.

A pesquisa mostra que, mesmo longe do ideal, o empresariado começa a evoluir na abordagem das questões ambientais. As pressões dos consumidores e a consciência de que os recursos naturais estão mesmo se tornando escassos podem ser apontados para esta mudança de consciência.

Tomara que esteja perto o dia em que todo o empresário, independente do tamanho de seu negócio, perceba que práticas socioambientais trazem vantagens para a sociedade, para a empresa e para a marca. E que, em tempos de turbulência, acabam sendo uma boa garantia para a sobrevivência do próprio negócio.

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