sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nota pública do Instituto Ethos sobre indicação de ministro para o STF

O Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social vem a público manifestar sua opinião de que a indicação do ministro a preencher a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) seja feita por meio de intensa consulta e participação da sociedade brasileira.

A sociedade civil brasileira está mobilizada em milhares de organizações que promovem uma constante e crescente pressão pelo aprimoramento das instituições democráticas. São exemplos disso as redes de organizações sociais como o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE), a Articulação Brasileira contra a Corrupção e a Impunidade (Abracci) e a Plataforma dos Movimentos Sociais pela Reforma do Sistema Político.

A construção de mecanismos democráticos de participação no processo de escolha dos ministros do STF, prática comum nos países democráticos, contribui para aprimorar os sistemas nacionais de integridade.

O cargo aberto no STF com a aposentadoria do ministro Eros Grau é uma oportunidade para aperfeiçoarmos a democracia brasileira, com a participação efetiva da sociedade nas decisões de Estado.

Jorge Luiz Numa Abrahão
Presidente-executivo

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Para botar em dia a leitura sobre sustentabilidade

Por Ricardo Voltolini, da Ideia Sustentável

Janeiro é sempre uma espécie de teste de fogo para o cumprimento daquelas promessas que, culposos, nos fazemos na virada de ano. Se você, caro leitor, assumiu para si o encargo de pôr em dia a leitura de livros de sustentabilidade que atolaram em sua mesa ou que pensou em comprar na última circulada por uma livraria, faço aqui as minhas recomendações de bibliografia básica.

São quatro livros distintos que vão atualizar seu arsenal de ideias, inspirar e provocar boas reflexões.


O primeiro é O Que os Economistas Pensam Sobre Sustentabilidade (Editora 34, 285 páginas). Devorei a obra em duas viagens de avião. Para ser mais preciso, em cinco horas. No começo da leitura, moveu-me uma curiosidade jornalística por conhecer as ideias de economistas de campos ideológicos antagônicos, como Antonio Delfim Netto e Aloizio Mercadante. Mas logo – confesso –estava lendo uma a uma das quinze entrevistas em busca de comparar semelhanças e divergências de pontos de vista entre pensadores cujas teses conheço de longa data, como Edmar Bacha e Maílson da Nóbrega, com outros cuja obra aprendi a admirar, mais recentemente – casos de Eduardo Gianetti e Sérgio Besserman.

Não sendo um economista, muito menos um estudioso da Ciência, peguei-me especialmente interessado em me aprofundar nos conceitos, investigando melhor os pensadores e teses citados. O livro, organizado pelo jornalista Ricardo Arnt – que soube tirar o melhor dos entrevistados – ampliou meu repertório. E certamente ampliará o seu também.

Há muitas razões para recomendar vivamente sua leitura. A principal delas é que, concorde-se ou não com as opiniões apresentadas, elas ajudam a formar um quadro sobre os dilemas da sustentabilidade que ainda reclamam análise mais profunda.

Conversas com os Mestres da Sustentabilidade (editora Gente, 298 páginas), de Laura Mazur e Louella Miles, é outro livro que se pode ler de uma tacada só como quem lê uma série de entrevistas de jornal, ou aos pedaços, capítulo a capítulo, procurando degustar o melhor de seus 15 personagens. Fiz as duas coisas, empolgado em desvendar livres pensadores como o cineasta ativista James “Avatar” Cameron e o físico Amory Lovins. Depois, retornei a algumas páginas, escolhendo trechos de conversas com experts já perfilados na revista Ideia Sustentável, como Ray Anderson (IterfaceFlor), Paul Dickinson (CDP) e John Elkington (Volans).

Na releitura seletiva, facilitada pelo formato de entrevistas do tipo pingue-pongue, os detalhes ganham nova textura. Esta é, sobretudo, uma obra cujo interesse se encontra justamente nos detalhes biográficos — erros, aprendizados e caminhos escolhidos.

Sobre Conversas, podem-se questionar os critérios de seleção de um ou outro entrevistado, o rigor esquemático de perguntas que se repetem e até mesmo a menor inspiração de uma ou mais respostas. O que não se discute é que os mestres têm o que ensinar. Aprende-se em três horas de leitura o equivalente a 15 vidas.

Uma Trajetória Ambientalista - Diário de Paulo Nogueira-Neto (editora Empresa das Artes, 879 páginas) ganhou lugar de destaque na minha estante. E que lugar. Suas 879 páginas encadernadas com capa dura impõem tanto respeito quanto a biografia do autor, o PNN, como ficou conhecido entre os pares o Professor Emérito do Instituto de Biologia da USP.

É desses títulos que encantam pela combinação de simplicidade e ousadia. Simplicidade porque nasce das anotações do diário escrito por um ecologista de primeira hora, que nunca o concebeu, nem remotamente, para ser um livro. E ousadia porque ao se transformar em livro, por insistência de editores sensíveis e corajosos, oferece ao público interessado na causa ambiental um rico manancial de ideias e reflexões, cuidadosa e disciplinadamente apontadas entre 1972 e 2004.

Das pérolas do diário desse homem de 88 anos, apaixonado por abelhas, que, de 1974 a 1986, dirigiu a Secretaria do Meio Ambiente do Ministério do Interior, recomendo particularmente a leitura das que tratam de sua visão sobre a atuação das ONGs, dos biomas brasileiros e das contribuições acadêmicas.

A sustentabilidade, quem diria, virou assunto dos gurus do management. Primeiro foi Michael Porter, célebre mestre da estratégia. Depois, vieram outros dois gênios da raça: Peter Senge, da gestão de conhecimento (de quem recomendo ler a Revolução Decisiva), e C.K. Prahlad, da inovação. Em 2010, foi a vez do não menos estelar Philip Kotler, cujo nome está definitivamente associado ao pensamento do marketing contemporâneo. Em seu novo livro, Marketing 3.0 (editora Campus Elsevier, 256 páginas), Kotler aborda um tema que certamente produzirá urticária entre os que crêem – e não são poucos— que sustentabilidade e marketing são como água e óleo. Para entender o título, é preciso recorrer à teoria do autor, uma espécie de decodificador da doutrina. O Marketing 1.0, segundo ele, focou-se em produtos. O 2.0 enfatizou a satisfação do consumidor via estratégia de segmentação de mercado. E o 3.0 reconhece no consumidor, mais do que um comprador, um sujeito inquieto, preocupado com a sociedade, o meio ambiente e um mundo melhor. Daniel Goleman, em seu imperdível Inteligência Ecológica (editora Campus, 245 páginas), chegou à mesma conclusão com argumentos da psicologia comportamental.

Na opinião de Kotler, companhias que praticam o Marketing 3.0 possuem uma visão que excede o simples ganhar dinheiro. Entre os exemplos citados, o autor destaca a The Body Shop (cosméticos) e a Timberland (calçados) como empresas “com valores”, que promovem as questões socioambientais na relação com seus consumidores – ou, como sugere o subtítulo da obra, descobriram “as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano“. O pragmatismo do autor vai incomodar os mais puristas. Mas as boas ideias valem a leitura.

*Ricardo Voltolini é diretor de Ideia Sustentável: Estratégia e Inteligência em Sustentabilidade e publisher da revista de mesmo nome
ricardo@ideiasustentavel.com.br
http://www.ideiasustentavel.com.br/
http://www.topblog.com.br/2010/blogs/sustentabilidade/
twitter: @ricvoltolini


Fonte: Envolverde/Idéia Sustentável

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quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

As contradições de um país solidário

Eventos extremos comprovam que existem no Brasil muitas pessoas dispostas a ajudar o próximo, mas entraves legais e desconfianças dificultam doações que beneficiariam projetos e ações filantrópicas

INTRODUÇÃO
Há um consenso geral na sociedade brasileira de que precisamos de alguma forma, avançar na questão das doações. É preciso tornar esse processo mais amigável e menos burocrático, capaz de romper com entraves e dificuldades que tornam essa tarefa repleta de dificuldades.

As recentes tragédias em vários estados brasileiros, com o destaque mais triste para a que atingiu a região serrana do Rio de Janeiro, mais uma vez trouxe à tona, a solidariedade e a vontade de ajudar do povo brasileiro. Uma grande quantidade de doações pôde ser vista em fotos de jornais e imagens de televisão chegando até as pessoas afetadas por esses desastres.
Mas tal fato, como demonstrou matéria da Folha de São Paulo na semana passada, revelou o contraste entre a vontade de ajudar e as dificuldades legais em transformar esse desejo em realidade.

Existem no Brasil pessoas físicas e jurídicas com recursos e disposição para contribuir com projetos sociais em uma ponta, enquanto centenas de entidades e organizações com projetos carentes de recursos capazes de beneficiar pessoas, comunidades e regiões ávidas por esse atendimento em outra ponta. E no meio, persiste um arcabouço legal que dificulta essa tarefa.

SITUAÇÃO DO PAÍS E COMPARAÇÕES
Em primeiro lugar, o país não tem regras claras e não beneficia quem faz doações, aliás até mesmo pune quem as faz, pois as tributações incidentes são muito altas.

O Brasil possui um imposto, o ITCMD (Imposto de Transmissão de Causa Mortis e Doação), que é um tributo estadual que possui uma alíquota que atinge 5% do valor das doações. Aqui em São Paulo, por exemplo, doações acima de R$ 41 mil são tributadas em 4%. Em termos de comparação é uma porcentagem bem acima do que é cobrado na venda de imóveis, ou seja, 2,5%. 4% para doações e 2,5% para imóveis.

Se formos comparar com um dos países campeões em doações os Estados Unidos, essa afirmação fica mais clara:

Lá, as empresas conseguem abater até 10% dos impostos para doações, aqui no Brasil o teto máximo é de 6%, isso ainda somando-se aos benefícios das leis já bastante utilizadas por empresas como as de incentivo a cultura, esporte e projetos sociais.

Um dos aspectos mais interessantes da lei norte-americana e que acaba sendo um grande incentivo as ações de filantropia vem, por mais incrível que possa parecer, dos impostos sobre herança. Mas isso é facilmente explicável, lá nos Estados Unidos as heranças transmitidas para filhos ou outros herdeiros, são tributadas em até 50%. Por essa razão, os milionários e bilionários norte-americanos criam fundações privadas que fazem uso desses recursos em projetos sociais, ambientais, pesquisas científicas diversas e as que buscam a cura de doenças, entre outros. As fundações dos bilionários Warren Buffett e Bill Gates, para ficarmos em dois dos mais famosos, são conhecidas por ações filantrópicas nos Estados Unidos e em vários países do mundo.

Só em 2009 a filantropia na maior economia do mundo foi responsável pelo giro financeiro da ordem de US$ 303 bilhões.
Guardadas as devidas proporções o Brasil está muito aquém do seu potencial.

POSIÇÃO DO BRASIL NO MUNDO DA FILANTROPIA
Segundo estudo da consultoria Mckinsey, nós poderíamos dobrar o atual volume de doações que mal chega a 0,3% do PIB ou aproximadamente R$ 7,9 bilhões para a filantropia e mobilizar mais de R$ 15,8 bilhões, o que corresponde a 0,6% do PIB de 2009 para financiar entidades beneficentes e projetos sociais e ambientais, além de ajuda humanitária em caso de tragédias. Mesmo assim estaríamos ainda abaixo da média mundial que está estimada em 0,8% do PIB.

Considerando que somos a oitava economia do mundo, o Brasil ocupa uma baixíssima posição no ranking mundial de filantropia. É o 76º país entre 153 pesquisados pelada fundação britânica CAF (Charities Aid Foundation), que, além das doações em dinheiro, inclui doação de tempo (voluntariado) e ajuda a estranhos. A pesquisa mostrou que só 25% dos brasileiros afirmaram ter feito algum tipo de doação. Austrália 70%, Nova Zelândia, 68% e Canadá 64% lideram com altas porcentagens da população doadora de dinheiro.

TRANSPARÊNCIA E CONFIABILIDADE
Se os altos impostos contribuem para reduzir as doações, não se pode esquecer que outro fator contribui decisivamente para esse cenário: a ausência de confiança entre os vários atores dessa equação. Por um lado, o governo desconfia de doações e patrocínios, como uma maneira de burlar o fisco, a arrecadação de impostos. De outro, organizações não governamentais nem sempre informam com clareza os seus objetivos. Nesse círculo vicioso cercado de desconfianças é mais fácil assistir ao imobilismo do que ações que visem ao apoio efetivo de causas filantrópicas.

CAMINHOS PARA MUDAR ESSA REALIDADE
Portanto, a transparência na divulgação das propostas, na prestação de contas dos gastos e a descrição das ações e resultados contribuem para reduzir desconfianças.

A proposta de um novo marco regulatório para o terceiro setor também faz parte desse conjunto de movimentos em prol do trabalho social. ONGs e captadores de recursos acreditam que isenções fiscais, um arcabouço institucional e legislativo, uma melhor seleção das entidades beneficiadas e capacitação das organizações na prestação de contas são bons caminhos para colocar as doações no Brasil num patamar mais alto.
Também existem os que defendem a regulamentação do imposto sobre fortunas que poderia criar um efeito semelhante ao dos Estados Unidos na criação de fundações ou mesmo na doação direta para projetos filantrópicos. O tributo foi criado pela Constituição de 1988, mas nunca foi regulamentado.

CONCLUSÃO
Precisamos, portanto, aprimorar a regulamentação contando com a participação efetiva dos governos, empresas e sociedade civil. Ao vencer preconceitos com um olhar amigável seremos capazes de utilizar todo o potencial das doações, proporcional ao tamanho da economia do Brasil e, consequentemente, contribuam decisivamente para atender as demandas e necessidades sociais do país.

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Projeto Jogos Limpos oferece duas oportunidades de trabalho

Para buscar maior transparência e integridade nas obras de infraestrutura da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, o Instituto Ethos, com o apoio da Siemens Integrity Inititative, lançou o projeto Jogos Limpos Dentro e Fora dos Estádios e abre duas oportunidades de trabalho: para a coordenação geral e para a coordenação de comunicação do projeto.

A coordenação geral do projeto implica estruturar e organizar todas as atividades, como a organização de reuniões internas e externas, a articulação de parcerias e a coordenação de comitês e grupos de trabalho, além da articulação de ações e iniciativas junto a órgãos públicos e a coordenação da interface do projeto com as demais áreas do Instituto Ethos.

O profissional responsável pela coordenação de comunicação do projeto deverá coordenar o desenvolvimento do website e a produção das publicações relacionadas ao projeto e supervisionar a organização dos seminários nacionais e locais e as atividades de mobilização e divulgação, dando suporte à Assessoria de Imprensa e relacionando-se constantemente com o coordenador geral do projeto. Além disso, terá outras atividades da área de Comunicação do Instituto Ethos.

Ambas as vagas pedem competências como bons conhecimentos nos temas de responsabilidade social empresarial e de sustentabilidade, iniciativa, compromisso com resultados e com a missão do Instituto Ethos, bom relacionamento interpessoal, habilidade para coordenar processo de forma participativa e capacidade para negociação.

Para saber mais sobre as vagas e candidatar-se, acesse o link Trabalhe Conosco, no site do Instituto Ethos, ou clique aqui https://www.vagas.com.br/ethos. Para saber mais sobre o projeto, acesse a matéria “Instituto Ethos lança projeto Jogos Limpos para a Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016”. http://migre.me/3KHj7.

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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Um presente para o futuro da cidade de São Paulo

Na semana dos 457 anos, um bom presente para a cidade de São Paulo e para nós que aqui moramos, é a perspectiva de transformar a nossa capital em uma cidade sustentável.

Isto significa pensar e implantar melhorias em vários aspectos da vida da metrópole, incluindo-se aí, mudanças de comportamento. Claro que tais mudanças teriam que contar, necessariamente, com o empenho dos governos, das empresas e da sociedade civil organizada. Um bom começo seria observar com atenção a Plataforma Cidades Sustentáveis, uma publicação que apresenta um compilado de múltiplas práticas de sustentabilidade urbana existentes em diversas cidades do mundo. Muitos desses exemplos podem ser muito bem replicados em São Paulo, basta para isso vontade política.

Vejamos alguns desses exemplos que tornariam possível transformar essa visão em realidade:

TRANSPORTE
Quando se pensa na mobilidade, no transporte em São Paulo considerado caótico por 10 entre 10 paulistanos, que perdem mais de 2 horas e 40 minutos no trânsito em média por dia, é preciso, antes de mais nada, reconhecer a interdependência existente entre transportes, saúde e ambiente promovendo dessa maneira as opções de mobilidade com caráter sustentável. Entre elas:

Aumentar e incentivar o uso do transporte coletivo, andar de bicicleta e a pé tornando os mais amigáveis; reduzir a necessidade de utilização do transporte individual motorizado e promover modos de transporte alternativos, viáveis e acessíveis a todos; encorajar a transição para veículos menos poluentes, iria contribuir para reduzir o impacto das emissões e contribuiria para a melhoria do ambiente e da saúde pública. Em Copenhague, capital da Dinamarca, todos os dias, 55% dos seus moradores vão para o trabalho de bicicleta. São cerca de 340 quilômetros de ciclovias à disposição da população. Isso representa, entre muitas vantagens, menos poluição e maior qualidade de vida. São Paulo está muito longe disso, segundo a Nossa São Paulo, a cidade possui 47.5 quilômetros de ciclovias. Aqui, as bicicletas ainda são vistas como meio de lazer e não de transporte.

EDUCAÇÃO
Na educação devemos levar em conta que São Paulo tem um enorme conhecimento em várias áreas, no entanto ele está restrito a poucos, seja pelo nível da educação seja pelo nível do acesso e disponibilização. São Paulo tem esse potencial para se tornar uma cidade do conhecimento, mas para isso, será preciso trilhar o caminho, em primeiro lugar, da redução das desigualdades. Hoje, a maioria esmagadora dos distritos da capital não possui, sequer um cinema, teatro ou biblioteca. Antes de mais nada será preciso prover a todos, especialmente crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam desempenhar papel protagonista no desenvolvimento sustentável. Além disso, é preciso integrar na educação formal, valores para uma condição de vida sustentável, baseados na ética, na relação saudável e de respeito com o meio ambiente como descrito no documento Carta da Terra.

Um bom exemplo é o do projeto Iniciativa australiana por escolas sustentáveis que tem como objetivo, o desenvolvimento de uma nova cultura escolar comprometida com os princípios da sustentabilidade e sua integração com os currículos escolares como prática cotidiana; e deve fazer parte do planejamento nas escolas, o uso sustentável de recursos naturais tanto na escola, quanto na comunidade. O projeto também destaca a importância do envolvimento dos jovens para que se busque atingir resultados sociais, ambientais e educacionais efetivos.

ENERGIA E ÁGUA
Outra preocupação crescente em todo o mundo e São Paulo não é exceção, é o constante crescimento no consumo de energia. Realizar campanhas que promovam a redução do consumo, aumentar a eficiência energética e incentivar a adoção do uso de energias limpas e renováveis trás muitas contribuições, que também impactam na qualidade de vida e na saúde das pessoas. Exemplo a ser seguido: a implantação de energia solar em residências e edifícios como as existentes em larga escala em diversas cidades. Em Barcelona, na Espanha uma lei tornou obrigatória a utilização de energia solar para abastecer 60% da água quente em todas as novas construções e edifícios reformados. Entre 2000 e 2005, Barcelona aumentou em quase 20 vezes a superfície de painéis solares para aquecimento de água na cidade.

Reduzir e fazer uso racional e consciente da água é outro princípio que devemos perseguir. Para abastecer a população da região metropolitana de São Paulo cada vez é necessário buscar água de localidades mais distantes. A água é essencial para a vida de todos, portanto, é urgente a adoção de medidas e campanhas que busquem valorizar a água. Como na questão da energia solar em edifícios, as residências, prédios e casas, poderiam construir reservatórios para armazenar a água da chuva, por exemplo.
Enfim, integrar essas e outras sugestões da Plataforma Cidades Sustentáveis com a criação de programas que promovam a inclusão social, aumentem a eficiência dos serviços públicos e melhorem as condições de vida para todos, será essencial para que São Paulo seja uma cidade com maior qualidade de vida para seus habitantes.

GESTÃO PÚBLICA
Entre muitos desses e outros exemplos, está embutida a necessidade de uma gestão eficiente que conte com a participação de todos os setores. Integrar propostas, construir uma discussão ampla, transparente e democrática; determinar metas e prazos para cumprimento e colocar o interesse público acima dos partidários e de que pequenos grupos.

FÓRUM EMPRESARIAL
E para que as empresas sejam integrantes efetivos desse processo foi que o Ethos e a Rede Nossa São Paulo lançaram no ano passado, o Fórum Empresarial de Apoio à Cidade de São Paulo. O objetivo do fórum é o de sensibilizar, mobilizar e assessorar as empresas para que atuem visando ao desenvolvimento justo e sustentável de São Paulo.

O fórum se propõe a criar um banco de projetos e demandas da cidade para orientar e estudar os investimentos das empresas. A ideia central é disponibilizar às empresas, um mapa de demandas da cidade para que elas possam investir nas suas reais prioridades.

De forma organizada, sistêmica e eficiente, o fórum contribui para que as empresas empreendam ações e parcerias com outras empresas, organizações sociais, instituições de ensino e pesquisa e o poder público. E a partir dessas parcerias, elaborem um roteiro de ações e investimentos empresariais que seriam exemplares e prioritários para o desenvolvimento justo e sustentável da cidade de São Paulo.

Também estará a cargo das empresas participantes do Fórum, promover avaliações periódicas sobre os impactos das ações empresariais no desenvolvimento justo e sustentável da cidade de São Paulo, acompanhando a evolução dos principais indicadores da cidade e de suas regiões e incentivar a criação de fóruns semelhantes em outras cidades brasileiras e promover o intercâmbio entre eles.

Uma São Paulo mais sustentável terá ainda mais razões para comemorar os próximos aniversários. Parabéns São Paulo!

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