Foi realizado hoje de manhã, em São Paulo, o seminário sobre o papel das empresas nas mudanças do clima, uma iniciativa do Fórum Clima, Ação Empresarial sobre mudanças do clima.
Este Fórum nasceu de um grupo de empresas que, no ano passado, lançaram a Carta Aberta ao Brasil sobre mudanças do clima, na qual adotaram voluntariamente o compromisso de realizar inventário de emissões e adotar ações para reduzi-las. Também enviaram pedido para que o governo brasileiro também assumisse o compromisso de reduzir o carbono do país, sem esperar que outros países fizessem o mesmo. Hoje, empresas e governo fizeram um balanço de um ano de atividades.
Branca Bastos Americano, secretária Nacional de Mudanças do Clima do Ministério do Meio Ambiente, ressaltou a importância do lançamento da carta. Para ela, foi o “empurrãozinho” que faltava para o governo federal anunciar em Copenhague, durante a COP 15, a meta de cortar até 38% das emissões do país até 2020 e de sancionar, no final do ano, a Política Nacional de Mudanças do Clima.
Hoje, a secretária anunciou a disposição de o governo lançar um “Selo Brasil Verde” que ratifica para o mundo o fato de o Brasil ser um país com matriz energética limpa e de estar realizando esforços para construir um novo modelo de desenvolvimento. Convidou os empresários e a sociedade para discutir e aprofundar a discussão sobre a proposta. As empresas, por sua vez, apresentaram seus avanços no que tange à realização do inventário de emissões e à elaboração de estratégias de negócio pensadas para uma economia de baixo carbono.
Mas, as discussões foram mais prolongadas num tema que está na raiz da nova economia: quanto deve o Estado participar e qual deve ser o papel da iniciativa privada.
O papel do Estado é fundamental para que esta nova economia ganhe musculatura. Como deve o Estado participar: por meio de marcos regulatórios, incentivos fiscais, indução por meio das licitações e compras públicas e também com políticas públicas.
O setor privado também terá de investir para ocupar os espaços desta nova economia, mas os executivos presentes ressaltaram que as empresas também terão outro papel: junto com a sociedade, de propor e influenciar políticas públicas voltadas à economia verde. E, em iniciativas próprias, como o Fórum Clima, também colaborar com a regulação do mercado e com ações que contribuam para uma economia e sociedade mais sustentáveis.
Os empresários presentes ressaltaram também a importância de se regulamentar as políticas ambientais que já existem, tanto em nível federal quanto estaduais, solicitando esforços institucionais para harmonizar as regras. Explicando: a lei federal se compromete com redução de até 38% das emissões projetadas até 2020. As leis estaduais assumem redução sobre emissões passadas, no caso, 2005. É preciso harmonizar o conceito sobre o qual se construirá a proposta definitiva de redução de carbono. As mudanças do clima têm uma característica: elas não se limitam a fronteiras. Por isso, mais do que nunca, os esforços precisam ser conjuntos e combinados.
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