sexta-feira, 5 de março de 2010

Supermercados começam a diminuir o uso de sacolas plásticas

Usar sacolas plásticas para guardar compras é um dos hábitos mais comuns entre os brasileiros. De um singelo lápis até itens de maior peso e volume, tudo acaba guardado numa sacola plástica. Seu uso está tão difundido no Brasil (e no mundo) que hoje ela já pode ser considerada uma praga que infesta ruas, matas e oceanos. Entope bueiros e causa enchentes. Sua produção também consome muitos recursos naturais. Para produzir uma tonelada do plástico usado nas sacolinhas, são necessários 1.140kw / hora de energia, suficientes para manter 7600 residências iluminadas por uma hora, com uma lâmpada econômica. Sem falar que o material leva 300 anos para se decompor na natureza.

Um levantamento realizado pelo CEMPRE – Compromisso Empresarial pela Reciclagem em 2008 apontou que os brasileiros produziram quase 55 milhões de toneladas de lixo urbano. 55% deste total eram formados por matéria orgânica (pouco mais de 30 milhões de toneladas). Os restantes 45% (ou aproximadamente 25 milhões de toneladas) são resíduos sólidos, dos quais 2,5 milhões de toneladas são sacolas plásticas. Em unidades, calcula-se que mais de um bilhão de sacolas plásticas vão parar no lixo todo mês, doze bilhões por ano, aqui no Brasil. Isto dá 66 sacolas plásticas por mês a cada brasileiro. Embora seja uma embalagem distribuída por qualquer loja e em qualquer canto do Brasil, são os supermercados que mais contribuem para este verdadeiro dilúvio de sacolinhas no meio ambiente.

Por isso, as grandes redes do país já vêm adotando providências para substituí-las, seja incentiva o uso de sacolas retornáveis, seja buscando produtos à base de materiais biodegradáveis. A mais recente iniciativa vem da rede Carrefour. Faz parte da estratégia de negócio da empresa banir completamente o uso destas sacolinhas em todas as lojas de todas as marcas do grupo (Carrefour, %Dia e Atacadão). A medida atingirá também as embalagens plásticas que ficam disponíveis nas gôndolas para acondicionar frutas, legumes e outros alimentos. Como opção aos consumidores, a empresa vai oferecer sacolas retornáveis a preço de custo e, gratuitamente, caixas de papelão. O Carrefour já adotou medida semelhante em outros países onde opera, como Polônia, Bélgica, França e Espanha.

Aqui no Brasil, como o saquinho plástico também é usado para acondicionar o lixo doméstico, o Carrefour vai oferecer sacos de lixo fabricados com material reciclado.

Outras redes também se mobilizam para encontrar uma alternativa ao saco plástico. A Walmart vem trabalhando com a sua cadeia de fornecedores para desenvolver produtos sustentáveis desde o início do ciclo produtivo e abrangendo as embalagens. E já oferece uma sacola feita com tecido semelhante ao usado em fraldas descartáveis por aproximadamente 3 reais.

O Pão de Açúcar também tem uma sacola semelhante e outro modelo, que se adapta ao carrinho e pode receber frutas e legumes sem a embalagem plástica. Ao passar no caixa, basta pesar os itens e devolvê-los na sacola.

As três redes também ampliaram o número de “lojas verdes”, com iluminação e ventilação naturais, energia fornecida por placa solar e coleta seletiva.

A indústria do plástico, por sua vez, reage a esta investida, afirmando que substituir o plástico não vai resolver os problemas ambientais. As sacolas plásticas, de acordo com os fabricantes, são reutilizáveis, práticas, higiênicas e têm múltiplos usos. São também particularmente importantes para 80% dos consumidores que fazem compras a pé ou de ônibus, segundo os produtores.

Em 2007, em São Paulo, eles se comprometeram a fornecer uma sacola com plástico mais resistente, evitando o uso de mais de uma sacola para acondicionar produtos mais pesados e diminuindo em 30% o consumo delas. Isso de fato foi feito. Eles também se comprometeram a estimular a utilização de sacolas plásticas de uso contínuo e desenvolver ações de educação sobre consumo responsável, coleta seletiva, reciclagem e utilização dos plásticos para a geração de energia. Mas isto ainda não ocorreu.

Em 2009, o Ministério do Meio Ambiente lançou a campanha “Saco é um saco”, com apoio da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), para incentivar o uso de alternativas às sacolas, nas compras.

A tendência ao banimento das sacolas plásticas é mundial. A China, por exemplo, já proibiu a distribuição gratuita delas desde 2008. Quem quiser utilizá-las para levar as compras precisa pagar. A medida não teve objetivo apenas ambiental: a substituição das sacolas plásticas vai permitir ao país economizar até 37 milhões de barris de petróleo por ano.

2 comentários:

  1. estou me adaptando....já uso mais do que antes, mas volta e meia me vejo sem elas no carro ou na mão. Vi outro dia uma compra enorme, só com ecobags. Eu me senti péssima com as minhas enúmeras sacolas. Meu desafio é no próximo sábado fazer a minha compra do mês com as minhas sacolas. Com relaçãoàs pequenas compras, já me superei !!!!

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  2. Sou totalmente a favor da diminuição do uso de sacolas plásticas. Isso já virou um hábito irracional. Muitas vezes, vamos à farmácia, compramos um comprimido que cabe na bolsa, no bolso, na mão, e levamos pra casa dentro de uma sacolinha de plástico. Isso é totalmente desncessário.
    Carrego sempre comigo uma sacola de pano, caso eu precise transportar alguma coisa. E no supermercado, quase sempre vamos de carro. Ou seja, basta levar as compras no carrinho até o estacionamento e, em casa, ter sempre caixas de papelão ou ecobags pra transportar as coisas do carro até a cozinha. São pequenas atitudes que fazem toda a diferença!
    Aprendi isso quando morei na Alemanha. Lá também as sacolas são banidas dos supermercados. Se você quiser, tem que comprar. E as sacolas disponíveis são sempre de plástico mais resistente, como aquelas sacolas de feira, pra que possam ser reutilizadas.
    Vamos lá, estamos no caminho certo, mas é preciso agir!

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