sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Setor privado nacional começa a incorporar metas globais de proteção da biodiversidade

“Compromissos das empresas em defesa da biodiversidade brasileira estão em sintonia com as metas da Convenção sobre Diversidade Biológica”, afirma representante do MEB durante encontro com governo em Brasília

Para a conservação da biodiversidade do planeta é necessária a participação de todos os países. E para que cada país cumpra a sua parte, faz-se necessário o comprometimento de todos os setores da sociedade. Como provedor de produtos que derivam dos recursos naturais, o setor privado é fundamental no processo de conscientização junto ao mercado consumidor. 

Tendo em mente esse importante papel, representantes do Movimento Empresarial pela Conservação e Uso sustentável da Biodiversidade (MEB), participaram da abertura da primeira reunião setorial da iniciativa “Diálogos sobre Biodiversidade: construindo a estratégia brasileira para 2020”, que aconteceu nesta quinta-feira (4). 

A iniciativa visa a internalização do Plano Estratégico da Convenção sobre Diversidade Biológica 2011 – 2020, definido na 10ª Convenção das Partes, realizada em Nagoya em outubro de 2010, por meio da discussão das metas de Aichi de Biodiversidade com todos os setores da sociedade. Espera-se ter uma estratégia definida até a Conferência Rio+20, a ser realizada no Rio de Janeiro em julho de 2012.

O evento é organizado pelo ministério do Meio Ambiente, em parceria com o WWF-Brasil, a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ). O encontro tem o apoio Confederação Nacional da Indústria (CNI), Movimento Empresarial pela Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade (MEB) e o Conselho Empresarial Brasileiro pelo Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

De acordo com Francisco Gaetani, secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), as políticas públicas raramente começam e terminam no próprio governo: “Não há área onde a participação das organizações não governamentais, dos movimentos da sociedade civil e do empresariado seja tão importante como a de política ambiental”. 

Braulio Dias, Secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, afirma que o Brasil possui uma realidade diferenciada quando se trata de biodiversidade por ser o país detentor da maior floresta tropical do mundo, e acredita que a valoração desse capital natural, associada a geração de emprego e renda, deve ser a base para o desenvolvimento sustentável do país. 

Esclareceu que o encontro visa discutir elementos para criar e formalizar um marco legal para a estratégia brasileira de biodiversidade. “As metas de Aichi são o referencial global, o que não impede que consideremos as particularidades do Brasil e façamos os ajustes para uma estratégia nacional”, afirmou o diretor. Braulio ressaltou ainda que as metas têm de ser uma estratégia nacional de fato, sendo endossada pelo governo como um todo, não só da área de meio ambiente ou na esfera federal, além do envolvimento de todos os setores sociais.

Vânia Rudge, representante do MEB, afirmou que o movimento, que conta hoje com 65 empresas e 11 organizações da sociedade civil, busca justamente esse diálogo entre o governo e o setor empresarial para definir e implementar os marcos regulatórios. “Há uma carta com diversos compromissos assumidos pelas empresas, diretamente ligados com as metas da Convenção da Diversidade Biológica. Queremos aprimorar a gestão empresarial para o uso sustentável e a conservação da biodiversidade, uma vez que as metas irão afetá-lo diretamente”, afirmou. 

De acordo com Vânia, o MEB propõe que seja criado um Fórum Brasileiro de Biodiversidade. Ela justifica defendendo que “o movimento vê a biodiversidade como potencial de desenvolvimento de pesquisas, inovação e geração de renda, e estamos aqui representando a intenção de incorporação dessas novas definições de mercado”.

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