quinta-feira, 26 de maio de 2011

Poluição em São Paulo: uma abordagem sobre saúde e sustentabilidade

O programa Cidades e Soluções, da Globo News, realizou uma série de dois programas para refletir a poluição em ambientes urbanos. Será que questões como saúde e poluição são levadas em conta nos projetos urbanísticos e de transporte público da cidade de São Paulo?

O programa Cidades e Soluções, apresentando por André Trigueiro na Globo News, é muito interessante para as pessoas interessadas em compreender melhor as questões que envolvem sustentabilidade no seu sentido mais geral. Aqui, quero dizer como paradigma para entender as atividades humanas como inseridas em ambientes que possuem certas dinâmicas econômicas e sociais que devem ser compreendidas, refletidas e alteradas com o objetivo final de propor diagnósticos mais interessantes e saudáveis de qualidade de vida.

Os últimos programas falaram da poluição em ambientes urbanos (especificamente em São Paulo) e dos efeitos adversos na saúde, como problemas respiratórios, arritmia cardíaca, principalmente causados por materiais particulados em suspensão e da emissão de poluentes importantes, como o monóxido de carbono. Veja os dois episódios da série aqui.

O programa teve sucesso em introduzir melhor a questão da saúde como fundamental para discutir sustentabilidade nas cidades brasileiras. Isto porque, de forma contundente, ilustra os efeitos adversos da poluição e da falta de planejamento. Problema de poluição, principalmente nas cidades do Brasil, não é causado pela urbanização excessiva e sim pela falta de planejamento. Urbanização também inclui áreas verdes que, além das funções principais de oferecer um espaço de encontro para a população e para atividades culturais, também serve como campo de drenagem de água de chuva. Urbanização também inclui a utilização inteligente do espaço, para que as pessoas desloquem-se com inteligência pela malha urbana e evitem o ir-e-vir desnecessário. E, claro, transporte inteligente, público e barato!

São Paulo sofreu um inchaço durante o século XX cujas pendências ainda são evidentes nos dias de hoje. Um cidade como essa com poucas linhas de metrô e transporte público rodoviário e ineficiente, causa poluição, acumula poluição e mata as pessoas sim. Os efeitos são causados em médio e longo prazo, mas causam doenças de natureza respiratória, como foi abordado pelo grupo de pesquisadores do Laboratório de Poluição Atmosférica da USP, liderado pelo Professor Paulo Saldiva, que utilizou o apresentador André Trigueiro como cobaia para as medições.

Os estudos destes pesquisadores e publicações como do Instituto Saúde e Sustentabilidade evidenciam as necessidades e contextualizam os problemas nas situações presentes e ainda convencem com seus prognósticos terríveis, caso a cidade insista no caminho errado de agora. Meu modo de pensar é que autoridades governamentais e empresários, no Brasil, devem internalizar com mais seriedade quesitos de saúde e bem estar nos projetos urbanísticos e de desenvolvimento. Uma solução eficiente, no transporte público, é aquela que beneficia os usuários (acesso a centros culturais, às regiões centrais e periféricas, etc.) reduz a poluição no ambiente e tenha manutenção eficiente. É isso que o cidadão espera. Muitas são as dificuldades, é evidente. Mas a necessidade de infra-estrutura deveria passar por cima de lobbys de empresas automobilísticas e de interesses particulares (os "diferenciados" de Higienópolis), com sanções governamentais sérias e comprometidas com o bem público. Saúde também é um bem público.

Quando é que São Paulo inovará sua gestão urbana e integrará seus diversos gabinetes e sub-prefeituras para criar um projeto urbano, de transporte e qualidade de vida? Precisamos aprender a integrar esforços e respeitar o espaço público.

Fonte: Revista Sustentabilidade

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