terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Seguir ou liderar?

A julgar pelo boom de sites que prometem conectar quem quer mudar o estado de coisas com organizações e projetos equipados para fazê-lo, o mundo vai parecer um lugar bem diferente – mais justo e menos desigual – em pouco tempo. Será?



Foto de "MailChimp" via Flickr
A estréia do site Jumo no início de dezembro atraiu tantos internautas que sobrecarregou seus servidores. Criado por Chris Hughes, um dos fundadores do Facebook, o novo site se propõe a ajudar as pessoas a encontrar e avaliar organizações sem fins lucrativos ou entidades de caridade. A partir das informações disponíveis, o usuário escolhe quais organizações quer “seguir”, passa a receber artigos jornalísticos, mensagens do Twitter ou vídeos do YouTube sobre elas, e pode apoiá-las doando dinheiro, tempo ou suas habilidades.

A figura de Hughes por trás a nova empreitada acrescentou ao frisson da estréia. Além de ajudar a fundar a rede social mais usada do mundo, ele coordenou a campanha online que elegeu Barack Obama em 2008. Mas, apesar da popularidade logo de cara, Jumo está longe de ser uma novidade: há vários sites que prometem conectar o cidadão comum com causas e organizações que precisam de apoio.

O Sparked se auto-intitula uma “rede de microvoluntariado”, explicando que se trata de “voluntariado para pessoas ocupadas”. Por meio do site, profissionais oferecem seus préstimos de graça para, online, ajudar organizações sem fins lucrativos e de caridade com serviços de design, marketing, estratégia, relações com a mídia, entre outros. As organizações apresentam desafios e os voluntários as ajudam a superá-los de acordo com sua especialidade.

Com a premissa de que não é preciso ser Bill Gates para praticar filantropia, o Citizen Effect conecta cidadãos com comunidades que precisam de apoio para seus projetos. “Procuramos pessoas que não querem apenas dar $50, mas querem juntar seus amigos, família e rede social para levantar $ 1.000 ou $ 5.000 ou $ 10.000 e ter um impacto real e significativo nas vidas de uma comunidade em necessidade”, diz o site.

No site Idealist.org, o usuário pode procurar oportunidades de voluntariado, buscar apoiadores para uma ideia ou projeto filantrópico, procurar emprego no terceiro setor ou recrutar pessoas para trabalhar. O site afirma possuir mais de um milhão de usuários.

Para quem já faz sua parte, o site myImpact.org oferece a possibilidade de registrar todas as suas boas ações para inspirar outras pessoas. A ideia é promover o espírito competitivo para ver quem pode fazer mais, além de reforçar para voluntários e doadores a ideia de que pequenas ações, somadas, fazem a diferença.

No Brasil, alguns sites como filantropia.org, voluntários.com.br e Voluntários em Ação conectam quem quer contribuir com organizações e projetos que precisam de ajuda.

No caso do Jumo, se a intenção é juntar as boas ações com o compartilhamento peculiar a às redes sociais – tornando-se a rede social com objetivos sociais –, o desafio será fazer os usuários irem além de apertar o botão “curtir”.

Fonte: Página 22

2 comentários:

  1. O encerramento deste artigo foi jugular. Tenho precisamente a sensação que essas redes sociais, por mais que coloquem as "causas" um pouco mais sob os holofotes, deem mais destaque, no fundo acabam por diminuir os números do verdadeiro voluntariado e exercício de cidadania, ao dar a impressão que, do conforto da minha cadeira e frente ao meu computador, ao dar um "like/curtir" ou encaminhar um email polemico para a minha lista de contatos, estarei a contribuir de alguma forma para a dita "causa". Pode ser só uma impressão, mas ela é forte...

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  2. Gostei tanto do artigo que escrevi sobre o mesmo tema :)
    Abraços

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