segunda-feira, 2 de agosto de 2010

“É possível tornar mais sustentáveis produtos de grandes marcas”

É possível oferecer produtos de consumo de massa fabricados com critérios de sustentabilidade a preços acessíveis ao consumidor?

Os executivos da Walmart Brasil fizeram-se esta pergunta e decidiram que sim, era possível. Convidaram dez grandes marcas para participar deste desafio e lançaram em conjunto o projeto Sustentabilidade de ponta a ponta, em janeiro de 2010.

Com apoio do Centro de Tecnologia de Embalagens (Cetea), do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, a Walmart analisou em detalhes a produção de alguns itens - da matéria-prima ao descarte – e orientou as fabricantes a proceder a transformações simples que mostraram grande resultado na preservação de recursos naturais, na redução de custos de produção, no melhor preço final ao consumidor e na ampliação da margem de lucro, inclusive em relação ao produtos fabricados da maneira, digamos, tradicional.

As marcas e empresas que participaram do projeto são as seguintes:
- o achocolatado Toddy Orgânico, da Pepsico;
- a linha de águas Pureza Vital, da Nestlé;
- o amaciante Comfort Concentrado, da Unilever;
- o Band-Aid, da Johnson&Johnson;
- o desinfetante Pinho Sol, da Colgate-Palmolive;
- a esponja de banho Ponjita Naturals Curauá, da 3M;
- a fralda Pampers, da Procter&Gamble;
- o Matte Leão Orgânico, da Coca-Cola Brasil;
- a linha de óleos vegetais Liza, da Cargill
- e o sabão TopMax, do Walmart, fabricado pela empresa gaúcha Bertolini.

O papel do Walmart foi garantir suporte técnico – representado pelo CETEA – para todo o processo de desenvolvimento do produto, avaliando a aplicabilidade do aspecto sustentável do início ao fim da cadeia produtiva. Além disso, a empresa ofereceu a garantia de compra, bem como visibilidade e exposição diferenciadas destes itens no ponto de venda.

Comprovam o sucesso da iniciativa o fato de muitas destas marcas já estarem sendo comercializadas por outras redes de supermercados e mesmo em mercearias de bairro. Em alguns casos, como o do amaciante concentrado, algumas marcas já copiaram o conceito e a própria Unilever ampliou a experiência, lançando o Omo – a marca mais lembrada do país – no formato concentrado. As vantagens dos concentrados: menor consumo de água, energia e insumos na sua fabricação; menor teor de fosfato; embalagens menores; maior capacidade de armazenamento e transporte por m2; melhor preço ao consumidor (uma embalagem de concentrado rende o mesmo que uma embalagem de 2 litros e tem o preço praticamente idêntico).

Agora, a Walmart vai aumentar o leque de produtos. Já firmou parceria com mais quinze grandes fabricantes de produtos de massa e, no início, de 2011, vai lançar outros produtos com critérios de sustentabilidade. As empresas são: Ambev, Bunge, Cadbury Adams, Loreal, Kimberley Clark, Danone, Phillips, Mars Brasil, Santher, Sara Lee, Whirlpool, Reckit Beckinser, Ceras Johnson, Sadia e a marca própria Walmart.

O projeto Sustentabilidade de Ponta a Ponta faz parte de uma transformação maior pela qual vem passando a Walmart. Um processo que se iniciou em 2005, quando a matriz definiu a estratégia mundial da empresa baseada em três pilares de sustentabilidade: Clima e Energia, com foco na redução das emissões de carbono e na eficiência energética; Resíduos, com foco na gestão dos seus próprios resíduos e na diminuição do uso de embalagens nos produtos comercializados; e em Produtos, com ênfase na mudança das cadeias de fornecedores.

No Brasil, a Walmart foi uma das redes varejistas pioneiras no monitoramento de desmatamento e trabalho escravo na cadeia da carne. Em 2008 estabeleceu metas corporativas compatíveis com o desenvolvimento sustentável e, em 2009, firmou o Pacto pela Sustentabilidade Walmart Brasil, com CEOs de 20 grandes indústrias. Eles subiram ao palco para assinar um compromisso e firmar acordos em prol de práticas mais sustentáveis em toda a cadeia de suprimento. Entre os pactos, na área de cadeia produtiva e redução de embalagem, as empresas se comprometeram em:

1. Compras responsáveis
o Reduzir em 70% o fosfato nos detergentes para lavanderia e cozinha até 2013;
o Oferecer produtos de lavanderia, no mínimo, 2 x mais concentrados até 2012;
o Oferecer pelo menos 1 produto orgânico por categoria de alimentos até 2012;
o Estimular as vendas de produtos com diferencial em sustentabilidade;
o Apoiar e estimular o desenvolvimento de produtos de ciclo fechado;
o Produtos de Marca Própria do Walmart Brasil devem liderar pelo exemplo em sustentabilidade.

2. Redução de Resíduos
o Reduzir as embalagens em 5% até 2013;
o Reduzir o consumo de sacolas plásticas em 50% até 2013.

AMAZÔNIA
o Pacto da Madeira – Promover o financiamento, produção, uso, comercialização e consumo de madeiras e produtos florestais apenas com certificação de origem sustentável.
o Pacto da Soja – Estabelecer restrições ao financiamento, produção, uso, distribuição e consumo de grãos de soja (in natura ou processado) que tenham origem em áreas de desmatamento ilegal na Amazônia.
o Pacto pela Erradicação do Trabalho Escravo – Estabelecer restrições comerciais às empresas e/ou pessoas identificadas em sua cadeia produtiva que se utilizem de condições degradantes de trabalho associadas a práticas que caracterizem escravidão.
o Pacto da Pecuária – Não participar do financiamento, uso, distribuição, comercialização e consumo de produtos pecuários que tenham qualquer ilegalidade em sua cadeia, principalmente desmatamento e trabalho análogo ao escravo. Exigir dos fornecedores de carne bovina plano de auditoria independente e de reconhecimento internacional que assegure que os produtos comercializados pelo Walmart não são procedentes de áreas de devastação da Amazônia.

Quando penso nas mudanças pelas quais esta rede varejista passou nos últimos anos, aumenta minha confiança no papel protagonista das empresas para a construção de um modelo de desenvolvimento sustentável. E, mais ainda, no papel das empresas brasileiras neste avanço, pois a Walmart Brasil tem e teve muita influência nos caminhos adotados pela direção mundial no rumo da sustentabilidade.

Divulgado na Rádio CBN no dia 02 de agosto de 2010.

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