quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Meta de corte de emissões sai em abril

Novo secretário estadual da área, Bruno Covas toma posse e anuncia que cada setor da economia de São Paulo terá de cumprir objetivos diferentes para atender à lei de mudanças climáticas; Estado quer reduzir 28,6 milhões de toneladas de poluentes

Até abril serão anunciadas as metas que cada setor da economia terá de cumprir para atender à lei estadual de mudanças climáticas. A lei, inédita entre os Estados brasileiros, prevê que o Estado de São Paulo reduza em 20% as emissões de gases de efeito estufa até 2020. Cada segmento econômico - agricultura, transportes, indústria - terá metas próprias, segundo o secretário de Meio Ambiente, Bruno Covas, que tomou posse ontem.


Bruno Covas assume sem perfil técnico para o cargo
"O Estado de São Paulo já finalizou o inventário de emissões de gases de efeito estufa, lançado no mês passado, e agora estamos conversando com as demais secretarias para definir as metas setoriais", disse Bruno Covas. Ele adiantou que os principais meios para a redução de poluentes deverão ocorrer no setor de transportes. "Podemos estimular, por exemplo, o uso de ônibus a hidrogênio e bicicletas." No total, o Estado terá de reduzir em torno de 28,6 milhões de toneladas de gases que provocam o efeito estufa nos próximos dez anos.

Aos 30 anos, Covas foi o deputado estadual mais bem votado de São Paulo nas últimas eleições, quando recebeu 239 mil votos. Ele assume a Secretaria de Meio Ambiente sem ter um perfil técnico na área - Covas é formado em direito pela USP e em economia pela PUC-SP. Em seu primeiro mandato como deputado estadual, não apresentou projetos ligados ao meio ambiente.

Posse. Em seu discurso de posse, o neto do ex-governador Mário Covas acenou com uma proposta de continuidade na gestão ambiental do Estado e reiterou que está preparado para assumir o cargo. "Creio na justiça, na palavra, na democracia, no parlamento, na liberdade, na honra e, acima de tudo, no povo, e por essa última razão, só posso acreditar em desenvolvimento econômico que seja pensado a serviço das próximas gerações, o que só pode ser obtido de modo ambientalmente sustentável", disse ao auditório lotado.

O secretário terá um orçamento da ordem de R$ 850 milhões e deverá dar prioridade a projetos como o zoneamento econômico e ecológico (ZEE) da Baixada Santista.

"Tenho a responsabilidade de me desdobrar para ser tão bom quanto aqueles que me antecederam", disse Covas. Na plateia, estavam ex-secretários da pasta, como Xico Graziano e Fábio Feldmann, além da avó e viúva de Mário Covas, Lila Covas, cuja presença foi muito aplaudida.

Expectativa. A indicação de Bruno Covas ao cargo de secretário do Meio Ambiente pegou ambientalistas de surpresa. Na avaliação de Mário Mantovani, diretor da Fundação SOS Mata Atlântica, Covas tem um desafio pela frente. "Os demais secretários tinham perfil técnico e foram responsáveis pela construção do arcabouço de leis ambientais que hoje São Paulo possui", diz. Segundo ele, Covas terá pela frente a missão de não deixar que o Estado se acomode com os avanços já obtidos na área ambiental. "A secretaria tem um bom orçamento e um quadro técnico fantástico. É um ótimo começo."

Fonte: http://www.estadao.com.br/planeta/

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