A Accenture apresentou, na última reunião do Pacto Global, realizada em Nova York no final de junho, uma pesquisa que ela fez com 766 presidentes de empresas em 100 países, representando 25 setores da economia. Foram entrevistados presidentes de companhias como o Santander, Nestlé, Natura, Diageo, UBS, Renault Nissan, Novartis, Phillips, Ericsson e Alcoa, entre outras. O estudo se chama “Uma nova era para a sustentabilidade: Estudo 2010 do Pacto Global e da Accenture”.
A maior parte dos entrevistados veio de empresas na Europa – 456. Outros vieram das três Américas, 113 da Ásia e 58 da África e Oriente Médio. Entre os setores, 18% representavam empresas de serviços, 14% de bens de consumo, 8% Transporte e Infraestrutura, 7% Energia, 5% Bancos e, em seguida, outros segmentos como metal mecânico, eletrônico, saúde e automotivo.
Embora não seja uma pesquisa científica, foi o maior estudo sobre sustentabilidade entre CEOS já feito por uma consultoria, pela abrangência de países e setores, bem como pelo número de presidentes que participaram.
As estatísticas revelam que o mundo dos negócios já se mexe em direção a uma nova economia, mas trata-se de marcha desigual. Na média, 93% dos CEOS afirmam que a sustentabilidade será importante / muito importante para os negócios, mas regionalmente, esta porcentagem atinge 98% na Ásia, 97% na América Latina e na África, 93% na Europa, 90% na América do Norte e 79% no Oriente Médio e norte da África.
A variação por setor da economia é ainda maior: os segmentos Automotivo (com 100%), Bens de Consumo (com 98%) e Bancos (com 97%) as estatísticas dos que consideram que a sustentabilidade será um fator crítico para o sucesso dos negócios. Já Mídia e Entretenimento (com 84%) e Comunicação (com 81%) estão no fim da lista. 70% dos CEOS informaram que estão incorporando mais práticas ambientais, sociais e de boa governança na estratégia das empresas do que há cinco anos.
Concessionárias de serviços públicos lideram o ranking dos setores que declararam mais ter incorporado práticas responsáveis às estratégias de negócios, seguidas por Energia (em alguns países, o setor não depende de concessão pública para funcionar) com 81%, e Bancos, com 74%. Por outro lado, Metalurgia e Mineração e Comunicação estão nos últimos lugares, com 64% e 63%, respectivamente, de respostas que dão conta de avanços nas práticas de RSE, nos últimos cinco anos.
O principal motivo para a adoção imediata da gestão responsável, segundo os CEOS, é a necessidade de restabelecer a confiança no sistema. Aliás, a batalha em prol da confiança no sistema é apontada por 72% dos CEOS como fundamental para a transição para uma nova era de sustentabilidade. Eles também consideram fatores de motivação a potencial redução de custos e incremento de lucro que a sustentabilidade pode trazer. 88% acreditam que precisam integrar a sustentabilidade na cadeia de valor.
Para 72% dos presidentes, a educação é o fator global mais crítico para a sustentabilidade. Segundo os entrevistados, de qualquer ângulo que se avalie o tema, seja econômico, seja puramente financeiro, social ou ambiental, a educação é fundamental para o surgimento de uma nova geração de gestores capazes de administrar o desenvolvimento sustentável.
Outro aspecto interessante da pesquisa é que 58% dos CEOS crêem que consumidores funcionários das próprias empresas e governo, nesta ordem, serão mais fundamentais, nos próximos cinco anos, para a mudança dos negócios em direção ao desenvolvimento sustentável.
E mais: 80% dos presidentes entrevistados acreditam que a sustentabilidade estará mesmo “entranhada” em todos os processos e procedimentos da empresa em 10 ou, no máximo, 15 anos. Mas, para isso, é preciso superar alguns desafios considerados “muito grandes”, tais como:
- institucionalização da estratégia de sustentabilidade por todas as atividades da empresa;
- perda de reconhecimento por parte dos mercados financeiros
- competição com outras estratégias prioritárias da empresa
Entre as ações necessárias para preparar o negócio para uma nova era (de sustentabilidade), os CEOs apontam:
- Consumidores: ampliar as informações para os consumidores;
- Educação: produzir e divulgar novos conhecimentos nas escolas e universidades
- Investidores: adotar atitude mais proativa em relação aos investidores, para garantir e reafirmar que o valor de ações de sustentabilidade pode ser medido e dá retorno.
- Desempenho: medir os impactos positivos e negativos da atividade na sociedade e no meio ambiente, articulando com estes setores o real valor do negócio.
- Regulação: atitude mais proativa, influenciando governos a respeito das leis e regras a serem adotadas
A Natura foi a única empresa, entre as 766 entrevistadas, que declarou que vem se esforçando por adotar medidas que levem ao desenvolvimento sustentável há mais de cinco anos.
Ainda que lentamente, as empresas estão mudando seus negócios e apontando decididamente para a trilha do desenvolvimento sustentável. Por mais que ainda falte construir, um novo mundo já começa a se delinear. Temos que abraçá-lo sem medo.
Divulgado na Rádio CBN no dia 26 de julho de 2010.
Embora não seja uma pesquisa científica, foi o maior estudo sobre sustentabilidade entre CEOS já feito por uma consultoria, pela abrangência de países e setores, bem como pelo número de presidentes que participaram.
As estatísticas revelam que o mundo dos negócios já se mexe em direção a uma nova economia, mas trata-se de marcha desigual. Na média, 93% dos CEOS afirmam que a sustentabilidade será importante / muito importante para os negócios, mas regionalmente, esta porcentagem atinge 98% na Ásia, 97% na América Latina e na África, 93% na Europa, 90% na América do Norte e 79% no Oriente Médio e norte da África.
A variação por setor da economia é ainda maior: os segmentos Automotivo (com 100%), Bens de Consumo (com 98%) e Bancos (com 97%) as estatísticas dos que consideram que a sustentabilidade será um fator crítico para o sucesso dos negócios. Já Mídia e Entretenimento (com 84%) e Comunicação (com 81%) estão no fim da lista. 70% dos CEOS informaram que estão incorporando mais práticas ambientais, sociais e de boa governança na estratégia das empresas do que há cinco anos.
Concessionárias de serviços públicos lideram o ranking dos setores que declararam mais ter incorporado práticas responsáveis às estratégias de negócios, seguidas por Energia (em alguns países, o setor não depende de concessão pública para funcionar) com 81%, e Bancos, com 74%. Por outro lado, Metalurgia e Mineração e Comunicação estão nos últimos lugares, com 64% e 63%, respectivamente, de respostas que dão conta de avanços nas práticas de RSE, nos últimos cinco anos.
O principal motivo para a adoção imediata da gestão responsável, segundo os CEOS, é a necessidade de restabelecer a confiança no sistema. Aliás, a batalha em prol da confiança no sistema é apontada por 72% dos CEOS como fundamental para a transição para uma nova era de sustentabilidade. Eles também consideram fatores de motivação a potencial redução de custos e incremento de lucro que a sustentabilidade pode trazer. 88% acreditam que precisam integrar a sustentabilidade na cadeia de valor.
Para 72% dos presidentes, a educação é o fator global mais crítico para a sustentabilidade. Segundo os entrevistados, de qualquer ângulo que se avalie o tema, seja econômico, seja puramente financeiro, social ou ambiental, a educação é fundamental para o surgimento de uma nova geração de gestores capazes de administrar o desenvolvimento sustentável.
Outro aspecto interessante da pesquisa é que 58% dos CEOS crêem que consumidores funcionários das próprias empresas e governo, nesta ordem, serão mais fundamentais, nos próximos cinco anos, para a mudança dos negócios em direção ao desenvolvimento sustentável.
E mais: 80% dos presidentes entrevistados acreditam que a sustentabilidade estará mesmo “entranhada” em todos os processos e procedimentos da empresa em 10 ou, no máximo, 15 anos. Mas, para isso, é preciso superar alguns desafios considerados “muito grandes”, tais como:
- institucionalização da estratégia de sustentabilidade por todas as atividades da empresa;
- perda de reconhecimento por parte dos mercados financeiros
- competição com outras estratégias prioritárias da empresa
Entre as ações necessárias para preparar o negócio para uma nova era (de sustentabilidade), os CEOs apontam:
- Consumidores: ampliar as informações para os consumidores;
- Educação: produzir e divulgar novos conhecimentos nas escolas e universidades
- Investidores: adotar atitude mais proativa em relação aos investidores, para garantir e reafirmar que o valor de ações de sustentabilidade pode ser medido e dá retorno.
- Desempenho: medir os impactos positivos e negativos da atividade na sociedade e no meio ambiente, articulando com estes setores o real valor do negócio.
- Regulação: atitude mais proativa, influenciando governos a respeito das leis e regras a serem adotadas
A Natura foi a única empresa, entre as 766 entrevistadas, que declarou que vem se esforçando por adotar medidas que levem ao desenvolvimento sustentável há mais de cinco anos.
Ainda que lentamente, as empresas estão mudando seus negócios e apontando decididamente para a trilha do desenvolvimento sustentável. Por mais que ainda falte construir, um novo mundo já começa a se delinear. Temos que abraçá-lo sem medo.
Divulgado na Rádio CBN no dia 26 de julho de 2010.
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