Segunda-feira foi o Dia Mundial da Água e vimos muitas entrevistas e comentários a respeito, principalmente, da escassez que a humanidade vai enfrentar deste recurso fundamental para a vida no planeta, especialmente a vida humana.
A água é um bem finito que está sendo desperdiçado, como ocorre com outros recursos naturais.
Apenas 2,5% da água do nosso planeta é doce e a maior parte está em geleiras.
Menos de 1% de toda a água que existe é própria para consumo do homem e está nos rios, lagos e lençóis subterrâneos (difícil acesso).
Segundo o RDH - Relatório de Desenvolvimento Humano (PNUD – ONU) de novembro de 2006:
- cerca de 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água tratada no mundo;
- por volta de 2,6 bilhões não têm instalações básicas de saneamento (maioria dessa população vivendo na África e na Ásia);
- metade dos leitos hospitalares é ocupado por doenças causadas pelo uso de água imprópria;
- a diarréia tira a vida de 4.900 crianças menores de 5 anos por dia.
Enquanto um habitante de Moçambique usa, em média, menos de 10 litros de água por dia, um europeu consome entre 200 e 300, e um norte-americano, 575 (50 litros só nas descargas). Cada pessoa deveria ter disponíveis ao menos 20 litros de água para consumo, por dia.
Se continuarmos a desperdiçar, vai faltar água potável. E engana-se quem acha que o problema está bem longe. A cidade de São Paulo está no limite do consumo de recursos hídricos. Você sabe de onde vem a água que você bebe, usa para cozinhar ou para fazer sua higiene pessoal?
A região metropolitana é abastecida por oito sistemas que captam água em diferentes mananciais, alguns deles a 100 km da capital. 48% do abastecimento é “importado” de rios e lagos de outras cidades e até outros estados. O problema é que esta água já chega com níveis de poluição muita alta aos reservatórios. Assim, além de ir longe, é preciso também ir fundo, embaixo da terra, para encontrar água potável.
A Sabesp informa que há 3,8 milhões de ligações ativas de água. A CETESB informa que 80% dos municípios que compõem a região metropolitana de São Paulo já são abastecidos por águas subterrâneas (poços), atendendo uma população de mais de 5 milhões de pessoas. Só 30% dos poços são legais. E, até nestes lençóis subterrâneos, a água já está contaminada por esgoto, óleo, gasolina, metais e um sem número de substâncias que o sistema convencional de tratamento não consegue detectar, genericamente denominadas poluentes orgânicos persistentes – substâncias químicas que persistem no meio ambiente, acumulando-se nos microorganismos nas plantas, nos animais e no próprio ser humano.
A ocupação irregular das margens das represas e dos rios, o descarte de lixo em locais inadequados, os esgotos clandestinos, os postos de gasolina, o armazenamento e o manuseio incorretos de substâncias tóxicas são algumas das principais fontes de contaminação das águas que abastecem São Paulo.
Outros problemas para discutirmos e você comentar:
- as redes públicas de abastecimento perdem 30% da água retirada dos mananciais, ou 1 bilhão de litros de água por dia, com vazamentos, medição errada e fraudes.
- o consumo diário de São Paulo é de 2,4 bilhões de litros, ou 221 litros / dia por habitante.
quarta-feira, 24 de março de 2010
No limite da água
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Atentamos também para a importância da preservação das nascentes dos rios que abastecem as bacias hidrográficas do país que se encontram no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Atentamos também para a importância do Pantanal, a maior planicie alagada do planeta e um dos locais com uma das maiores diversidades de espécies do planeta por suas condições propícias à reprodução das espécies, principalmente de peixes que depois, voltam aos seus locais de origem. Não vamos esquecer de nossas fontes de água e de alimentos. Conheça o projeto www.nationalpark.org.br da Fundação Fórmula Cultural.
ResponderExcluirParabéns ao Instituto pela iniciativa.
Regina Midori Fukashiro