sexta-feira, 29 de abril de 2011

Termina hoje o maior Fórum Econômico Mundial da América Latina, no Rio de Janeiro

Encerra-se hoje, no Rio, o maior Fórum Econômico Mundial já realizado na América Latina. Segundo Marisol Argueta de Barillas, presidente do Fórum para a América Latina e o Caribe, a inscrição para o fórum precisou ser encerrada um mês antes do evento por conta da grande procura. Muitos países que não integram a América Latina enviaram representantes interessados na região. Somente a comitiva dos EUA teve 39 participantes no evento. Ao todo, 700 pessoas de 42 países marcaram presença no evento, mostrando a importância do continente e do Brasil no atual cenário internacional.

O tema central foi "Construindo a Plataforma para uma Década Latino-Americana", que teve desdobramentos em 29 painéis estruturados a partir de três vertentes básicas:

- Governança regional e internacional;
- Avanços em inovação e produtividade para o crescimento equitativo;
- Promoção de parcerias para o desenvolvimento sustentável

Ainda foram discutidos assuntos como: expansão e modernização da infraestrutura, avaliação de futuros riscos globais que podem afetar a região na próxima década, desenvolvimento do potencial da América Latina como fornecedor de alimentos e energia; e promoção de parcerias estratégicas com países asiáticos.

As opiniões divergiram sobre vários itens, mas concordaram em alguns pontos. Um deles é que a América Latina tem dois gargalos que precisa resolver com urgência se não quiser comprometer seu crescimento nos próximos anos. O maior deles é o da falta de qualidade da educação, principalmente de nível superior. Avanços em inovação e produtividade, fundamentais para a transição a uma economia inclusiva, verde e responsável, dependem de uma educação de alta qualidade. O empresário Roberto Teixeira da Costa, do Conselho de Empresários da América Latina, em uma frase, chegou ao cerne do problema educacional – e da solução para ele - no nosso continente. “O Ministério da Educação deveria ser mais importante que o Ministério da Fazenda”. De fato, estamos mais preocupados com medidas macroprudenciais e com a curva da inflação do que com as metas que temos de atingir para superarmos os ainda profundos ossos educacionais.

No caso brasileiro, a sugestão mais ouvida para solucionar este atraso educacional e tecnológico foi usar os royalties do pré sal para criar institutos de alto nível, principalmente em pesquisa e desenvolvimento de inovação.

Muitos participantes também se perguntam se o continente tem tempo de esperar uma geração para colher os resultados positivos das melhorias educacionais. Hoje, há milhões de latino-americanos na faixa dos 30 anos que precisam de incentivo para serem empreendedores. Governos – e empresas – precisam dar atenção a isso, pois o empreendedorismo é fundamental para a superação da pobreza, já que ele garante renda e trabalho, bem como distribui riqueza.

Outro tema bastante discutido foi como o investimento na educação das mulheres pode representar um caminho para a superação da miséria e, mais do que isso, para avançar a sociedade no rumo da sustentabilidade.

Um dado interessante, que não foi mencionado no Fórum, é que o Brasil perde 10% do PIB com a violência contra a mulher. O dado foi destacado pela corregedora nacional de Justiça, ministra Eliana Calmon, , durante palestra em homenagem ao Dia Internacional da Mulher na Câmara Municipal de Salvador (BA), realizada em março.

Segundo a ministra, a estimativa se refere aos gastos com o sistema de saúde no atendimento às vítimas, à movimentação do aparelho judicial e policial e à interrupção do trabalho das mulheres agredidas.

Um comentário:

  1. Este tipo de evento a grande midia nãoo destaca em seus telejornais, porque...
    Deve ser porque o poderio econômico não nos quer organizados.

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