segunda-feira, 19 de abril de 2010

As tecnologias sustentáveis no dia a dia

A economia de baixo carbono que promove inclusão social, equilíbrio ambiental e resultado econômico com responsabilidade precisa de novas tecnologias para emergir. Estas tecnologias já estão sendo usadas em escala por muitos países. No Brasil, elas ainda não são tão populares quanto deveriam. No entanto, muitos inventores estão criando soluções diferentes para enfrentar problemas novos. E algumas destas soluções já estão sendo aplicadas pelas empresas. Elas poderão ser vistas na Mostra de Tecnologias Sustentáveis que vai se realizar entre 12 e 14 de maio, no Hotel Transamérica. A entrada é gratuita, mas é preciso se cadastrar antes no site www.ethos.org.br/mostra2010

Hoje, vou comentar duas delas que, de maneira simples, lidam com um dos grandes problemas da civilização industrial: o lixo urbano, reciclável ou não, promovendo, também, inclusão social e resultado econômico para quem a replica.

A primeira delas é a transformação dos resíduos de couro da indústria em blocos , lajotas e revestimento de parede para casas.

A idéia foi desenvolvida pela empresa CouroEcol, localizada em Franca, maior pólo calçadista do estado de São Paulo.

A CouroEcol desenvolve produtos derivados de resíduos de couro para a construção civil, para decoração de interiores, para brindes comerciais, etc.

Os blocos que serão apresentados na Mostra de Tecnologias Sustentáveis são fabricados a partir das aparas e resíduos de couro gerados pela produção de calçados. Estes resíduos são moídos e, depois, recebem a adição de um aglutinante à base de água (não poluente). Esta massa é transferida para moldes, prensada e encaminhada para secagem natural (ao ar livre), ao contrário dos tijolos tradicionais, cuja secagem é feita em fornos, a alta temperatura, com emissão de gás carbônico. Este produto tem baixo custo e traz vantagens econômicas para as empresas de calçados e curtumes e para os consumidores também. Para as empresas do setor calçadista, é bom porque, em vez de pagar para manter e levar os resíduos aos aterros sanitários especiais, encaminham-no para a Couro Ecol. O processo de fabricação da massa que dá origem aos blocos e revestimentos não gera resíduo. Para o consumidor é bom porque tem acesso a um produto de alta performance a um preço mais baixo que os tijolos e revestimentos tradicionais.

A outra tecnologia dá conta de literalmente acabar com o lixo urbano não reciclável, transformando-o em combustível para geração de energia, em vez de mandá-lo para o aterro.

A empresa Usina Verde S.A desenvolveu junto com a COPPE / RJ uma tecnologia de tratamento térmico do lixo não reciclável em sistema fechado de combustão a mais de 900ºC, e de purificação dos gases resultantes, adequando as emissões atmosféricas aos limites internacionais. Antes da queima é feita a separação dos resíduos sólidos recicláveis, tarefa executada por cooperativas de catadores que, depois, revendem os materiais para as recicladoras. Na queima, os gases da combustão têm seu calor recuperado numa caldeira na qual é produzido vapor com temperatura e pressão suficientes para movimentar um gerador de energia elétrica com capacidade para produzir 600 kWt de energia por tonelada de lixo queimado. Os gases resultantes desta segunda queima são filtrados para retirada das partículas poluentes e só depois liberados na atmosfera, dentro dos padrões exigidos pela legislação ambiental. A escória e as cinzas restantes do processo podem ser utilizados como material de pavimentação de ruas e estradas ou como base para a produção de tijolos e pisos.

Esta Usina Verde é, na verdade, um módulo de equipamentos que podem incinerar até 150 toneladas de lixo por dia ocupa área de cerca 12000 m², gerando 2,8 MW de energia elétrica para comercialização. Para se ter uma idéia, pelos padrões brasileiros, esse número atende cerca de 180 mil pessoas, e fornece energia elétrica para mais de 14 mil residências.

Para os municípios médios e para as Regiões Metropolitanas há soluções baseadas em módulos de 300 ton/dia ou Usinas integradas por dois ou mais módulos. Pela ausência de odores e ruídos, as usinas podem ser implantadas no perímetro urbano, o que reduz os custos de logística com o lixo.

No Brasil, das 150 mil toneladas de lixo urbano coletado diariamente, 40% são depositadas em aterros sanitários e controlados (sem tratamento do chorume), e as 60% restantes são dispostas em lixões ou lançadas a céu aberto em encostas, rios e lagos com conseqüências irreversíveis para a qualidade das águas, do solo e do ar.

Um comentário:

  1. Boa tarde.

    Muito pela a atenção!
    UM GRANDE ABRAÇO, a todos ETHOS.

    WWW.COUROECOL.COM
    Arq. Emar Garcia Junior ... RECICLE

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